As crianças e adolescentes roubavam peças como placas, reservatórios, terminais, fichas, retrovisores, elevadores, alternadores, tampas de depósito de combustível e outros acessórios, que depois os mandantes comercializam no mercado informal dos Correios.
Os vendedores, de 57 e 68 anos, de acordo com o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, “treinam os meninos e eles vão até ao terreno e subtraem as peças”.
Um dos meninos explicou que “eles tiram os materiais das viaturas quando a zona fica isolada” e depois “levam os produtos aos homens, que pagam por eles”.
Um dos acusados, em declaração ao Novo Jornal, disse que, por dia, pode comprar das mãos dos meninos duas a três peças e com cada uma delas tem lucros de 10 mil kwanzas quando as revende. Os rapazes, com as idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos de idade, foram apanhados em flagrante pelos efetivos do Comando Municipal de Luanda da Polícia Nacional.
Os dois mandantes e o grupo de adolescentes estão detidos e serão encaminhados para o juiz de garantia, para serem responsabilizados criminalmente. Esta é uma prática corrente no País, sobretudo em Luanda, e é possível verificar nas ruas várias crianças em busca destes materiais para conseguirem algum dinheiro no fim do dia.
Muitos adultos estão a usar as crianças para roubar as peças que lhes são solicitadas com frequência nos estabelecimentos, e, geralmente, os indivíduos que usam menores para este tipo de crime trabalham em oficinas ou vendem nos mercados informais.
Em 2018, por exemplo, 60 meninos foram detidos pela da Polícia Nacional por estarem envolvidos em furtos de acessórios de viaturas na centralidade do Kilamba, e com eles, foram igualmente detidos três adultos suspeitos de serem os mandantes.