AS EXPECTATIVAS COMO ADOÇO DO FUTURO

Uma acção surge sempre do sujeito que planifica, ou que maneja seus ideais face aos pressupostos que idealiza. Nunca se solta de um objecto que não tenha razão para edificar o murro. Tudo acontece em todos os cantos possíveis, onde são notáveis os frutos regozijados das relações humanas.

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A expectativa pode ser definida como a finalidade da construção de um certo objecto, e pode acontecer em distintas áreas da vida do ser humano.

Para essa matéria, falaremos com maior precisão e como pode ser desenvolvida, através de um homem que muito contribuiu na investigação deste fenómeno.

O Psicólogo Victor Vroom, nasceu em Canadá aos 09 de Agosto de 1932, PhD pela Universidade de Michigan e Professor da Universidade de Yale, EUA. Autor da Teoria da Expectativa em 1964, que explica como se processa a motivação humana.

Para o autor, a motivação é vista como a força propulsora por trás de qualquer empenho individual (motivo ou desejo).

A teoria da Expectativa, Segundo Vroom, define que o esforço, o desempenho e a recompensa já se encontram interligadas na motivação de uma pessoa, mas dependenderá do comportamento, fruto das escolhas conscientes entre as alternativas.

Dentro dessas alternativas, vai ditar alguns elementos importantes como estratégias que são: a expectativa; instrumentalidade; valência.

  • Expectativa: é a que se desenrola na medida em que for empenhado o esforço para maior recompensa (quanto maior esforço, maior será a recompensa).
  • Instrumentalidade: é a crença de que uma pessoa poderá ser recompensada, caso envide esse esforço, se essa expectativa do empenho for cumprida.
  • Valência: é a importância, a credibilidade que se dá a recompensa ou o resultado, os desejos ou objectivos individuais, fazendo perceber o quanto aquele desejo pode ou não influenciar na motivação.

Para o autor acima referenciado, declara que o valor que se atribui no objecto pode influenciar no resultado do seu investimento, por isso vai trazer o seguinte exemplo: “ se alguém é motivado principalmente pelo dinheiro, pode não valorizar ofertas de tempo livre. Vroom admite que a Força Motivacional corresponde ao Producto Expectativa x Instrumentação x Valência (M=E x I x V), a Força Motivacional (M) da pessoa vai corresponder o producto de probabilidade de alcançar um objectivo (E =Expectativa x Instrumentação) com valor do objectivo que é (V=Valência), mas se a motivação for nula de certo que não se pode alcançar o objectivo. Se a motivação for negativa deve-se sempre ao resultado fraco da valência por ser negativa, tudo porque a pessoa que se predispôs prefere não atingir o objectivo.

Este processo de desenvolvimento no âmbito das expectativas humanas, tem a ver com as opções comportamentais, os indivíduos agem de acordo a quantidade de força motivacional, que presumo estar em causa o seu maior interesse no determinado objecto, sua finalidade que antes lhe motivou a proceder o real interesse, para em seguida ser movido na busca do resultado.

Este facto, é observável pelos seres humanos, bastante característico principalmente nas relações humanas atinente ao trabalho, escola, organizações juvenis, mas que no meu ponto de vista deve ser ainda mais profundo, sobretudo na vida sentimental.

Elaine Luís, Psicóloga e Terapeuta Comportamental, diz ser importante a conversa sobre expectativas e desejos no relacionamento a dois, para que o relacionamento desenvolva e se fortaleça, principalmente sobre suas opiniões e sobre o que cada um acredita. Para ela, a conversa deve prevalecer, na medida em que o relacionamento vai se desenvolvendo a necessidade deve ser maior para o ajuste de expectativas, sendo que algumas expectativas são realistas, viáveis ou possíveis naquele momento e noutro pode não ser.

Assim ao se proceder, o casal vai procurar encontrar mecanismo que funcione para os dois, revendo fantasias, medos, padrões e estereótipos que atrapalham o relacionamento, abrir mão do amor idealizado e construir o amor no dia-a-dia, conversas francas, como do tipo do que sonham, desejam e o que precisa ser mudado.

Dentro da sua análise, fez questão também de apontar que o auto-conhecimento deve ser o primeiro passo para uma boa comunicação no relacionamento, porque dita algumas características comportamentais do indivíduo que deve ser descoberta, seus valores, limites e pretensão nessa relação a dois, declarando que a conversa deve ser a melhor forma de evitar decepção, mau entendido, saber a disponibilidade do outro em conversar sobre um determinado assunto.

Assim sendo penso que esses cuidados podem ajudar na conciliação a respeito de expectativas, porque vão permitir uma certa seriedade nas expectativas de outrem vice-versa, estar aberto a ouvir mais do que julgar ou tratar os desejos do outro como besteira, capricho, respeitar o espaço do outro, se ouvir, se respeitar no sentido de que as expectativas de construírem a vida permita nisso as suas valências.

As valências no âmbito de um relacionamento amoroso, não podem ser construídos por cima de uma motivação frustrada ou zerada, deve ter energia suficiente que permita aceitar um do outro, estar pronto para amar o outro, estar disponível, ser dedicado, ter tempo e vontade, estar presente e não juntos. A parceria de cumplicidade deve trazer a responsabilidade para ambos a tona, nunca permitir que um dos dois se esforce mais do que outro e se sinta cansado e desprezado por uma das partes. Antes do compromisso que se pretende levar avante deve haver para cada um o amor-próprio.

O amor-próprio, é amar a si mesmo, é ter ternura e maior carinho por si antes de repartir com alguém, se importar consigo, antes de outra pessoa, é aumentar a auto-confiança tanto na vida pessoal como na vida profissional.

Quanto a vida profissional, a auto-confiança visa lidar com a pressão nos locais de trabalho, surge também para exigir de qualquer pessoa respeito por si antes de exigirmos aos outros. Viver é assim, é estar mergulhado num conjunto de equações que vituperam as nossas emoções. Se não tivermos nos sonhos asas que nos elevam para cima depois da queda, não vencemos as noites inquietas e os terrores invisíveis que nos impõem as circunstâncias.

São vários os desafios, e como humanos não pedimos ao tempo que nos importune ao vivenciarmos, mas ainda assim nos erguemos aos ritos, rumo as expectativas como adoço ao futuro.

É assim que a luz procede, antes de tudo nos nossos sentidos, perfilando em cada pulsar dos dias pequenas e grandes inspirações, para que nos tornemos grandes, ainda que não queiramos crescer, pois a morte e a velhice vêm juntas nos fazendo perceber a base do futuro e o amanhã que ninguém sabe.

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