O Serviço de Investigação Criminal (SIC) procura novas pistas sobre o caso da ex-chefe do Departamento Financeiro da Movicel, encontrada morta há um ano, na via pública, em Luanda.
O processo foi “engavetado” por, alegadamente, não possuir provas. Sob o processo-crime nº13836/2020, Márcia dos Santos, de 38 anos, entrou para a estatística da polícia depois de ter sido encontrada sem vida no interior do porta-bagagem da sua viatura, estacionada na cidade do Kilamba, em Luanda.
O pai da vítima, João Calisto José, em entrevista ao Novo Jornal, acusou os procuradores junto ao SIC-Luanda de agirem de má-fé, pois, segundo o mesmo, o processo foi arquivado de modo antecipado. Face à situação, o Novo Jornal contactou fonte do SIC-Geral, que garantiu que os seus operacionais não estão de braços cruzados e retomaram a investigação.
“A ideia é encontrar provas suficientes para esclarecer o crime bárbaro.” “O director do SIC-Luanda deu-me boas garantias, mas a PGR diz outra coisa. O processo-crime sobre a morte da minha filha andou em mãos de três procuradores. Os mesmos olharam para o processo e disseram-me que não tem pernas para andar”, relata o pai da vítima.
Clamando pela intervenção do ministro do Interior e do Procurador-Geral da República, o pai de Márcia lembra alguns detalhes que, no seu entender, não fazem sentido. “No dia em que foi assassinada, a Márcia chegou a fazer uma transferência de 1,2 milhões de kwanzas para a conta bancária de alguém. O SIC-Luanda disse já saber quem é o detentor desta conta”, disse. Perante este cenário, o Novo Jornal contactou o director do gabinete de comunicação institucional e imprensa do SIC-Geral, superintendente de investigação criminal Manuel Halaiwa, que garantiu que, por parte do SIC, o processo está em andamento e apelou aos familiares de Márcia dos Santos para manterem a calma, porque os seus operacionais estão no terreno.
“Um processo de homicídio não prescreve tão rápido. A família pode ficar tranquila porque nós trabalhamos. É compreensível que os familiares da Márcia estejam tristes e zangados devido à morosidade no esclarecimento do caso, mas alguns processos são complexos e demorados. Este está a ser bem acompanhado pelos nossos operacionais”, garantiu.
Manuel Halaiwa garante que a acção do SIC em torno deste caso termina apenas quando detiverem todos os intervenientes envolvidos. De recordar que Márcia dos Santos trabalhava na Movicel como chefe do Departamento de Finanças.
A vítima foi esfaqueada na região do pescoço, no abdómen e na mão direita. A mesma foi encontrada também com queimaduras no seio do lado esquerdo. A vítima residia no bairro do Benfica com o marido e duas filhas.
Fonte: Novo Jornal