Relatório económico estima PIB de 166 dólares por habitante

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O valor do PIB/habitante entre 2018 e 2022, um instrumento que mede a distribuição do rendimento nacional, registará em média um aumento de USD 166/ano, um valor insuficiente para fazer face ao crescimento vertiginoso da população, de acordo com Relatório Económico de Angola/2017 da Universidade Católica, lançado hoje.

Para o período em referência, a economia angolana prevê uma taxa média de crescimento de 2,8 por cento, mas no primeiro trimestre do ano em curso (2018) o PIB angolano contabilizou uma dinâmica de crescimento negativo, quando a média de crescimento demográfico de Angola anda à volta de 3,1 por cento ao ano.

Os dados do valor do PIB/habitante, apresentados pelo director do centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, Alves da Rocha, estão muito abaixo dos 240 dólares, projectados no relatório de 2016.

Esse aumento da população não está ser acompanhado pelo crescimento da economia, devido à crise, aos poucos investimentos na produção petrolífera, principal produto de exportação.

Contrastando com dados oficiais que indicam uma taxa de pobreza de 36 por cento, o relatório da Universidade Católica avança uma taxa de incidência 52,1 por cento, pelo facto do crescimento PIB não ter acompanhado crescimento demográfico.

Para Alves da Rocha, a previsão económica deve ser feita em termos reais, e o que se verifica actualmente é uma redução da produção petrolífera e sendo a principal fonte de arrecadação de receita do Estado constitui um sinal negativo para economia nacional.

Para dinamização deste sector petrolífero, disse ser importante fazer o enquadramento desta actividade, com desenvolvimento tecnológico, poupar cada vez mais o petróleo e a substituição por outras fontes energéticas renováveis.

“Não basta pensar na redução ou aumento do preço do barril de petróleo, mas o essencial é a capacidade de produção petrolífera, uso de tecnologias nesta actividade e a substituição pela energia renovável”, alertou.

Em relação à produção interna fora do sector extractivo, sublinhou ser responsabilidade do sector privado fazer funcionar a economia.

Por outro lado, disse não ver com bons olhos o Estado investir em projectos ou actividades que seria da esfera do sector privado.

Considerou importante que o Estado crie condições, regulamente o mercado e dê apoios necessários ao sector privado, para dar o verdadeiro significado à economia de mercado e a propriedade privada no País.

Por sua vez, o investigador económico Heitor de Carvalho, que também participou na elaboração do estudo, explicou que a despesa total sem juros de 2014 a 2017 decresceu 64 por cento, com as reduções de 92 por cento de subsídios, 73 por cento nas compras do Estado, 48 por cento nas prestações sociais e 41 por cento nas renumerações.

Heitor de carvalho informou, com base no estudo, que o País atingiu um nível de despesa corrente sem juros de 15 por cento em 2016 e 14, 5 por cento em 2017.

O 15º Relatório, de periodicidade anual, aborda vários assuntos relacionados à diversificação económica, distribuição de rendimento, PIB, pobreza, politica fiscal e monetária, entre outros assuntos importantes da economia nacional.

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