Jovem morto por causa de um Pen drive

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Por causa de um dispositivo de armazenamento, vulgo Pen Drive, que tinha sido roubado por um jovem conhecido no seu bairro, António Joaquim “Toy”, de 29 anos, ao tentar recuperá-lo, viu-se envolvido numa discussão que terminou com a sua morte. Dois golpes com faca de cozinha foi suficiente para perder a vida, no Bairro da Madeira, em Viana

É um Pen Drive com capacidade de armazenamento de 4 GB, que continha documentos, fotos e músicas, pertencente ao tio de Henriques Francisco, de 18 anos de idade. O jovem, que andava com o dispositivo que o seu tio pediu para colocar mais músicas, foi interpelado pelo cidadão identificado apenas por Ndengue Estraga, quando passeava pelo bairro, sob a exigência que se lhe desse 100 Kz. Henriques disse que não tinha tal quantia monetária, mas Ndengue Estraga insistiu, ao ponto de colocar as mãos no bolso e retirar de forma coerciva o Pen Drive.

Apesar de lhe ter dito que o dispositivo de armazenamento de 4 GB não era seu, o acusado levou mesmo assim. O jovem de 18 anos tentou lutar, mas foi ameaçado com pedras. Não conformado com a perda do Pen Drive, Henriques dirigiu-se à casa de seu tio, dono do dispositivo, para informar o que tinha acontecido. O tio não se fazia presente, mas a sua esposa ligou para o primo deste, António, a vítima nos autos.

Quando António Joaquim chegou foi colocado a par da situação e mostrou-se surpreso, pois a pessoa que o sobrinho disse ter sido o que roubou o Pen Drive, é alguém que conhece e que, durante o seu percurso, se tinha deparado com a mesma.

“Ele não estava a acreditar que foi o Ndengue Estraga que me tinha roubado, pois disse que ele o conhece muito bem e muitas vezes tem-lhe saudado.

O Tio Toy sugeriu que fossemos ao encontro dele para que ele devolvesse o Pen Drive”, conta. Ao encontrarem o jovem acusado, este negou ter subtraído o Pen Drive, e ameaçou os dois alegando que iria ficar revoltado com tais acusações. “Ele disse que iria fazer ‘babulo (confusão)’ e meu tio disse que se ele quisesse isso, que o fzesse”, acrescentou.

Eis que Ndengue Estraga decidiu “estragar tudo” indo buscar uma faca, que veio a espetar no António. No primeiro golpe, António foi pegue de surpresa, pelo que foi na região das costas, mas o segundo, que foi o fatal, depois de ter virado, tirou-lhe a vida.

Foi atingido perto do coração, tentou fazer pressão na ferida para ir atrás do assassino, mas depois de percorrer alguns metros, perdeu a vida.

O jovem que esfaqueou António pôs-se em fuga, mas a vizinhança foi mais rápida ao ponto de apanhá-lo. Foi revistado e encontraram o Pen Drive, que veio a ser devolvido a Henriques.

O facto revoltou a população daquela zona que só não fez justiça por mãos próprias porque o jovem foi logo encaminhado à Esquadra da Polícia mais próxima (a 48ª Esquadra). Entretanto, a casa em que vivia o acusado foi completamente destruída pela vizinhança.

Jacinto Miguel Pedro, de 42 anos, primo da vítima, disse que a sua família está a gerir esta situação sem fazer nenhuma confusão, pois nega que tenha sido elementos da sua família que incitaram a destruição da casa do jovem, tendo reforçado que foi a vizinhança.

Tentaram reunir com a família do jovem, mas ainda não chegaram num consenso. António Joaquim ‘Toy’ era mototaxista e de fácil trato, segundo o primo. Não tinha problema com ninguém e deixa quatro fi lhos e uma viúva.

“Tenho a minha arma em casa, mas nunca ouvi que ele tirou para ir fazer confusão”, acrescentou, Jacinto, que é agente da polícia. Por ser agente da polícia, teve de se controlar, pois diante desta perda chegou a pensar em fazer justiça por mãos próprias. Entretanto, deposita toda a esperança de que seja feita a justiça, nas mãos das autoridades competentes.

Fonte: O País

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