Lamento o facto de o Presidente João Lourenço não saber quem são os seus adversários ou dar uma ideia de que não tem adversários, ao ter deixado no ar a seguinte pergunta: «Quem é o meu adversário?». Uma vez que um dos seus grandes combates é a corrupção, em concreto, os seus adversários são todos os corruptos, principalmente, os que, de forma ilegal, transfeririam dinheiro ao exterior do país. Em abstracto, o seu adversário é a corrupção. Nesse sentido, o xeque-mate pode ser entendido como todo o processo que resultará no repatriamento de capitais, bem como o da condenação dos corruptos.
Se o Presidente sabia (sabe) que não tem adversário, por um lado, e tendo conhecimento que o xadrez é uma modalidade que se pratica com dois adversários, por outro lado, respondendo ao Jornal Expresso, teria sido esclarecedor, dizendo que eram impossível dar xeque-mate a quem quer que fosse, visto que não tinha adversário. Em relação a essa questão, ele não foi coerente. De qualquer modo, ele quis dar a ideia de que tomaria uma decisão ou praticaria actos de grande relevância no xadrez político nacional.
Infelizmente, muitos políticos, têm o hábito de deixar o povo ou a opinião pública, nacional e internacional, na expectativa. Muitos proferem discursos ou fazem declarações, deixando algumas ideias nas entrelinhas, para depois, se nada se confirmar, terem a possibilidade de dizer o é habitual: «Não foi isso que quis dizer».
Importa ainda dizer que o outro combate do Presidente João Lourenço é contra a impunidade, máxime a dos «marimbondos», ou seja, contra pessoas poderosas, do ponto de vista político e económico. Portanto, não fica bem ao Presidente dizer não tem adversários, tampouco dar uma ideia de que não os tem.
Em reflexão,
Por: José Carlos de Almeida