O valor foi pago para evitar que o CEO fosse nomeado ou forçado a prestar depoimento na queixa da Federal Trade Comission (FTC) relacionada com o escândalo da Cambridge Analytica.
O Facebook pagou pagou quase cinco mil milhões de dólares (cerca de 4,2 mil milhões de euros) à FTC para proteger Mark Zuckerberg de ser processado individualmente pela agência norte-americana no âmbito do escândalo da Cambridge Analytica, refere um grupo de acionistas num processo que foi tornado público esta terça-feira e que foi reportado pelo Politico.
Estes 4,2 mil milhões foram pagos adicionalmente aos 90,3 milhões de euros de um acordo estabelecido neste caso porque a Facebook não alertou os seus investidores sobre a recolha de dados da Cambridge Analytica.
“Zuckerberg, Sandberg, e outros diretores da Facebook concordaram em autorizar o acordo de milhares de milhões de dólares com a FTC como um ‘quid pro quo’ expresso para proteger Zuckerberg de ser nomeado na queixa da FTC, ser responsabilizado pessoalmente, ou até ser obrigado a prestar um depoimento”, aponta o processo do grupo de acionistas da empresa.
Na introdução deste processo, os acionistas argumentam que “Zuckerberg encheu metodicamente a administração de amigos, compinchas e funcionários”. “Quando diretores reúnem a coragem de enfrentá-lo ou falar, Zuckerberg afasta-os”, acrescentam os acionistas.
“Sem surpresa, a administração nunca fez um controlo sério à autoridade sem restrições de Zuckerberg. Em vez disso, habilitou-o, defendeu-o, e pagou milhares de milhões de dólares dos cofres da Facebook para livrá-lo dos seus problemas”, pode ler-se ainda no processo dos acionistas.