Já lá se foram os tempos em que a escola era considerada como a “segunda casa” e os professores “os segundos pais”. As perspectivas e seus ângulos posicionais alteraram significativamente. As instituições escolares convencionais hoje, vista pelos seus usuários, é tida como um centro de castigo e de aborrecimento total. Alguns alunos querem estudar mas não querem ir à escola e muitos professores querem ganhar dinheiro mas não querem trabalhar. Um dilema dos novos tempos causados por inúmeros factores que devem ser avaliados dentro de um sistema social contextualizado.
Quais seriam alguns dos factores desmotivacionais? As razões são várias: “…Os jovens não gostam de ir à escola. Aprender não é divertido. O aprendizado é doloroso. Em geral, os professores são chatos e são um dreno do entusiasmo e da paixão pela vida dos alunos. Os chamados professores populares, na verdade, não ensinam nada aos alunos. E os raros professores inspiradores realmente afirmam as deficiências da escola: são inspiradores justamente porque têm êxito em transformar a sala de aula ou a escola em um ambiente de aprendizagem desafiador. Os moderados argumentarão que chegou a hora de priorizar o bem-estar na escola. O objetivo, dizem, é encontrar o equilíbrio certo entre trabalho e lazer, e o ideal é, e continua sendo, a “aprendizagem lúdica”; Jan Masschelein e Marteen Simons, “Em defesa da escola” (2013).
Não há como não fazer menção aos órgãos máximos de uma nação quando a questão fundamental é a educação. Esforços consideráveis têm estado a ser envidados de forma a colocar o que realmente deve ser feito nos padrões exigidos mas ainda falta uniformização de pensamentos e quereres para se fazer o considerado certo. Ensino e aprendizagem não possuem outros paladares intelectuais que não sejam a formação integral do homem. Assim sendo, urge termos professores preparados ao mais alto nível tendo em conta os desafios que se nos são apresentados. Seria engraçado se não fosse jocoso mas ainda temos professores que não dominam algumas questões tecnológicas, tais como o uso de um computador e/ou das redes sociais.
É obrigação de qualquer profissional acompanhar o meio em que vive para que não seja ultrapassado pelos desafios que lhes são impostos.
Vivemos uma época que poderá ser considerada como o maior teste de estabilidade económica, emocional e administrativa de qualquer nação. Está quase tudo parado. Quase tudo porque nem tudo pode manter-se estagnado. A escola pode fechar mas o aprendizado não pode parar. Assim sendo, é necessário moldar os meios de apresentação dos conteúdos e adaptar aos variadíssimos níveis sociais dada a heterogeneidade de cada estado-nação.
Portugal, mais especificamente, tem estado a efectuar uma série de tele-aulas e aulas no sistema on-line para alguns alunos, por causa da pandemia do Covid-19. Angola, no quesito das tele-aulas, tem estado também a dar alguns passos, tendo sido considerado pela crítica, como uma mais valia. Mas será que os procedimentos têm sido de benefício geral? Quantos alunos têm a oportunidade de fazer parte do sistema de aulas televisivas? Quantos professores em Angola, digo Angola e não Luanda, teriam a capacidade financeira, inclusive, para dar aso a um sistema de monitorização de aulas via internet? Já ouvi falar do projecto “Água para todos”. Será que existe um projeto “Luz eléctrica para todos?”.
Está claro que condições ainda não estão criadas para um avanço no sistema de ensino concernente ao uso dalgumas tecnologias de informação. O que se deve antes demais é melhorar o sistema convencional que alberga um número maior de participantes e com o tempo prepararmos profissionais da educação e seus principais “jogadores” para um novo sistema de ensino-aprendizagem, desta, à distância.
Portanto, saibamos que, o comprometimento é geral e não apenas dos responsáveis governamentais do sistema de ensino-aprendizagem.
Por: Edy Lobo