Bispo Honorilton Gonçalves

A ex-funcionária do sector financeira na antiga direcção da IURD conta que, em 2019, o bispo Honorilton Gonçalves movimentou 90 por cento das receitas em dólares do Caixa-2 para despesas pessoais.

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Esperança Victoriano explicou que era no Caixa-2, que foi espécie de ‘banco comercial’ dentro da catedral do Maculusso, onde eram depositadas todas as receitas em dólares e euro e a única pessoa que movimentava o dinheiro deste caixa era o bispo Gonçalves. A declarante assegura ao colégio de juízes que o destituído líder espiritual utilizava o dinheiro do Caixa-2 para pagar as despesas pessoas em Angola, Moçambique, Portugal e Brasil, bem como as da TV Record e Fé TV. Para se ter uma ideia, “os levantamentos efectuados ou orientados pelo então líder variavam entre os 50 a 100 mil dólares em períodos curtíssimos do mês”, exemplificou a esposa de um pastor.

Segundo a ex-funcionária, a dado momento houve rotura significativa do Caixa-2 devido os levantamentos e transferências excessivas de divisas que nalgumas vezes as operações eram justificadas e noutras não. Por sua vez, o pastor Pedro Tana, revelou na fase da instrução preparatória, que durante o tempo que foi o número 2 da catedral do Alvalada tinha o dever, de acordo as ordens do líder, de apresentar às finanças 500 mil dólares norte-americano mensalmente, mas quando esteve no templo do Morro Bento esta meta baixou para 300 mil.

Sobre a vasotomia, o médico e responsável pelo departamento de saúde da igreja, Maurício Filipe garantiu ao tribunal que era o mediador entre os pastores e a orientação da direcção da igreja, além de ser também a ponte com a clínica situada na África do Sul. “Eu é que cuidava de todo procedimento para o pastor viajar, desde o bilhete de passagem, a hospedagem e a cirurgia da vasotomia”, disse o também pastor da IURD há 27 anos. Questionado pelo juiz da causa se os pastores aderiam de forma obrigatória ou livremente, o pastor e médico respondeu dizendo que nenhum pastor aceitava esta intervenção cirúrgica de livre e espontânea vontade, mas faziam-na por obrigação e com medo de serem castigados e humilhados pela direcção cessante caso negassem.

Por isso, é que no entendimento de Antonica Volola, esposa de um pastor, o acesso às reuniões de pastores e esposas onde estes assuntos eram abordados era mediante uma apertada revista na entrada onde lhes retiravam os telemóveis, relógios e outros meios afim de não gravarem nem filmarem o encontro.

A audição aos declarantes prossegue na quarta, quinta e sexta-feira, dias 26, 27 e 28.

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