A JUSTIÇA POR MÃOS PRÓPRIAS E MÃOS ALHEIAS

Estive na verdade ao longo de semanas a reflectir que fenómeno iria abordar nessas entre linhas do poder fazer, tendo em atenção a ciência e a criatividade, no entanto, abri-me com um amigo que me aconselhou a debruçar sobre o tema “a Justiça por mãos próprias,” mas como sou uma pessoa de desafio, alarguei-o mais um pouco, ficando no entanto assim: “ A Justiça por Mãos Próprias e Mãos Alheias,” gosto neste sentido me ajustar aos factos tendo em conta a sua especificidade.

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Daí fui divagando, aos assuntos que mais ecoam na proporção como se vão desencadeando no seio da multidão, que forma tomam ao se cruzarem em cada verbo dos indivíduos. Vêm proporcionando na realidade inquietações que excitam a objectividade dessas práticas constantes.

Por este motivo, em função deste fenómeno, achei óbvio, falar com precisão ou tecer a minha opinião relativamente ao assunto acima sublinhado. Com base nas acções que dão se encontro por ali, nas práticas dos homens que por alguma razão se sentem inconformados e desprovidos de confiança e segurança alguma, ao verem certos assuntos vandalizados ou desprestigiados, tendem a fazer de forma singular e vazia.

Talvez porque a falta de Deus, a pressão da vida no seu quotidiano na mistura com estresse, e outros males que perigam a sociedade, estimulam o ser humano a promoção de má práctica constante, tornando assim um controverso ao valor da humanidade.

Ninguém se preocupa com a humanidade, ninguém respeita ninguém, ninguém pode ver-se como outrem, a empatia existe num conjunto de interesses, quando uma pessoa tem alguma coisa que o outro precisa, quando se cobiça os pertences do próximo, quando eu me vejo bem servido no lugar de outra pessoa.

Basta ter oxigénio que queremos inventar a fórmula para tudo, até mesmo surge a inspiração de sugar o sangue e comer a carne dos que são usados, manipulados e explorados, em consequência do que a outra pessoa sabe fazer. “Servos andando de cavalo e príncipes sentados nos lugares de servos. (Bíblia, livro de Eclesiastes: 10 -7). Quando para além de pessoas competentes estarem nos lugares certos, quem deve nos trazer a sã consciência somente os princípios que regem nas sociedades, a moral e a educação de base.

O caso do cantor gospel, Caleb, é um episódio que exige de nós uma reflexão do mundo em que nos encontramos, um espaço de guerrilha e de oportunistas, em que não basta apenas lutar pela sobrevivência, até mesmo para nos posicionarmos diante do meio e da humanidade. Há sempre alguém a espera de uma oportunidade para nos puxar o tapete, sentar-se no trono que não sabe qual foi o suor do outro, o sujeito do nada aparece, rangendo como leão de forma feroz, bajulando, conspirando e espreitando a vida alheia por causa do seu coração voltado as maldades, se fazendo-se passar de anjo perante as aparências e personalidades.

Caleb não teve voz, nem vez para se explicar, quando foi ao encontro da jovem que a devia, mas essa por sua vez pelo poder da multidão dissipou o futuro do jovem. Um jovem que pensava estar seguro num mundo em que a maldade fala mais alto, a verdade é oculta, devido a força que a falsidade transporta ao tratar de forma errónea e acrescida da vida de outrem, que penetrou no corpo de alguém  e com isto  não poupou a vida alheia, encurtou a inspiração de um homem que sonhava em fazer melhor, contribuir cada vez  mais na seara do criador e por essa selva da crusta terrestre, onde todo mundo almeja ser melhor que outrem.

Segundo Ross, 2000) citado por Piske, a Justiça é a expressão do amor ao bem e a Deus, para Adeodato (1996), a Justiça é a virtude moral que rege o ser espiritual no combate ao egoísmo biológico orgânico do indivíduo.

A Justiça, pode ainda ser compreendida no âmbito Jurídico como ordem para estabelecer a paz social, afim dos homens se verem livres do estado da anarquia e de guerra dentro de uma sociedade, com objectivo de se preservar o bem mais precioso e preciso (a vida). Aristóteles vai definir como igualdade, pelo facto de garantir a mesma(igualdade) nas relações humanas entre os indivíduos (justiça comutativa) e posterior a relação entre os indivíduos e o Estado (distributiva), baseada à luz do Direito, sendo o Direito um meio para observação e execução da ordem de forma justa. Num fórum mais aprofundado, a Justiça também pode ser vista como liberdade na perspectiva de Emanuel Kant, permitindo a união entre os homens na sociedade e a constituição do estado.

Mas a liberdade nunca pode ser vista no sentido de prejudicar nenhum dos seus constituintes (Estado e indivíduos). Por isso Niklas Luhman, trás a tona a Teoria Sistémica, que vai tratar a partir do espaço jurídico, aspecto interdisciplinar, que vai permitir a segurança ao indivíduo na sociedade, dentro das normas e valores que lhe compete.

Desse modo, ao se falar da Justiça, por Mãos Próprias, nunca pode ser vista em função da razão para poder pratica-la, porque é uma conduta na qual o indivíduo dentro das suas convicções nunca pode praticar a acção de forma livre, pois essa prática em Angola deve obedecer na íntegra as normas ditas pela legislação e poder judiciário presente no artigo I do Código de Processo Civil Angolano.

Desta feita, pautar na calma, acompanhar os sinais que pode nos leva a encadear pressão social e canseira, pode ser um método bastante saudável e sugestivo, nunca deve ser feita em consequência de uma pessoa que nos fez mal, ou que está em falta. Afinal somos meros viajantes nesse mundo, não levamos as riquezas que acumulamos aqui, nem tão pouco as marcas indeléveis dos nossos costumes, são para todos efeitos recursos emprestados para dominarmos a terra, nada mais que nos foi outorgado para além da alma que a gente não vê.

A Justiça deve gritar nossas boas acções, afim de não nos comprometermos aos erros constantes. Devemos aprender a lidar com os ventos produzidos por outras pessoas de forma vigilante, distante da vingança, por parte de um caminho terno que se acredita.

A Justiça inicia, desde que decidimos fazer o bem, nunca do outro lado da moeda, porque o bem que fizemos a outrem, sempre volta para nós com algum bónus de acréscimo, causando paz, resposta positiva primeiramente a nossa consciência, a seguir translada-nos num lugar espaçoso e invisível de conforto emocional, onde ressuscitamos sempre que conduzidos ao coração da verdade. Essa verdade vai ditar um carácter limpo sem precipícios. Não pode haver ilusão capaz de derrubar um íntimo cheio de docilidade, que pretende fazer o bem para si e os outros também.

O homem deve procurar dentro da sua alma, objectivos que lhe proporcionem enxergar para luz, fugir da escuridão, proporcionar no seu seio actos que garante mudança positiva.

 Nesse sentido, essa mudança deve existir para além daquilo que se faz, estender as mãos para erguer um lugar que possa abrigar alguém da chuva, das tempestades mais complexas da vida.

Quando há Justiça por mãos próprias, a realidade fica distante de quem pode nos dar resposta, de quem pode nos mostrar o caminho da resolução do problema. Parece perfeita uma eventualidade onde a vez e voz vêm num cardápio com sobremesa, e isso só existe quando olhamos e apelamos a todos fazedores de justiça.

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