Tiros de bazuca e rajadas de metralhadora foram ouvidos esta terça-feira (01.02) junto ao palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros.
Fontes da Presidência da República da Guiné-Bissau confirmam que o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, estão no interior do edifício, cercado por militares. Vários membros do Governo e dirigentes também estão retidos no Palácio do Governo. Ninguém entra, nem sai.
Segundo testemunhas citadas pela agência de notícias Lusa, também perto do Palácio da Justiça está uma brigada de intervenção e vários militares e elementos das forças de segurança.
A AFP adianta que foram avistadas pessoas a fugir da área do palácio do Governo, os mercados locais foram encerrados e os bancos fecharam portas, enquanto circulavam nas ruas veículos militares carregados de tropas.
Tensão entre a Presidência e o Executivo
Os incidentes têm lugar dias depois de uma remodelação do Executivo, decidida pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que foi contestada inicialmente pelo partido liderado pelo primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam. Posteriormente, o líder do Governo disse que concordava com a medida.
As tensões entre o chefe de Estado e do Executivo agravaram-se nos últimos meses de 2021, na sequência do caso do avião retido por ordem do Governo no aeroporto de Bissau, onde aterrou vindo da Gâmbia, com autorização presidencial.
Entre os governantes afastados na remodelação está o ex-secretário de Estado da Ordem Pública guineense Alfredo Malu, que disse que a sua saída está relacionada com a sua atuação no caso do avião.
(Em atualização)