Durante a 9.ª sessão do julgamento do caso IURD, Valente Bezerra Luís, actual líder da igreja universal em Angola, informou aos juízes que a extinta liderança brasileira comprara uma ambulância que era utilizada na transportação do dinheiro que os templos situados fora da capital do país arrecadavam sem dar aso aos depósitos bancários. “As ofertas arrecadadas pelos templos da igreja eram canalizadas para o condomínio Laranjeiras, no apartamento onde residia o pastor Belo Kifua. Pois, ele tinha a orientação do ex-líder espiritual, Honorilton Gonçalves, para depositar a pequena parte do dinheiro na conta bancaria em nome da igreja e a maior parte dos kwanzas trocar em dólar no mercado informal e de seguida enviar para o Brasil, África do Sul e Portugal”, revelou o bispo.
Questionado sobre as receitas arrecadadas pela igreja, o presbítero-geral explicou que o dinheiro arrecadado provinha das ofertas, dos dízimos e da venda de bens móveis e imóveis doados por fiéis e salientou em tribunal que pastores e bispos brasileiros e angolanos levavam para o exterior avultadas somas monetárias em dólar. Valente Luís disse que pela via terrestre o dinheiro era também transportado por viaturas de média e alta cilindrada que era blindada com o dinheiro a transportar até a República Sul Africana, pelo avião privado do bispo Macedo e por caravanas missionárias.
Indagado pelo juíz da causa, a título de exemplo, sobre o valor que a Catedral do Maculusso arrecadava, o bispo Valente Luís revelou que o referido templo situado em Luanda arrecadava mensalmente mais de 245 milhões de kwanzas.
Quanto à prática da vasectomia, líder reformista disse aos juízes que os pastores eram coagidos pelos ex-líderes de forma directa ou indirecta e caso rejeitassem eram castigados ou despromovidos. “Eu fiz a vasectomia sob coacção do bispo Marivaldo de nacionalidade brasileira e então líder espiritual”, contou o bispo Valente.
O julgamento prossegue com as audições dos declarantes e testemunhas no dia 19.