Postos de vacinação estão com adesão abaixo de 50%. Medida do PR de esticar prazo da obrigatoriedade do certificado de imunização gerou relaxamento criticado até por médicos.
Lá se foram os dias em que as filas dos postos de vacinação contra a Covid-19, em Luanda, atingiam dezenas e até mesmo centenas de metros. Com o prolongamento, pelo Presidente da República, do prazo para a entrada em vigor da obrigatoriedade de apresentação do certificado de vacina para o acesso aos espaços públicos para 01 de Novembro, a «corrida» à imunização registou uma queda superior a 50 %, apurou o Novo Jornal, mediante uma ronda por diversos postos.
Por exemplo, nos postos de vacinação do Chamavo, da Faculdade de Engenharia (Pavilhão de Arquitectura) da Universidade Agostinho Neto e do Magistério Mutu-ya-Kevela, até às 16h30 de terça-feira, 19, já não havia qualquer fila no exterior, sendo que pouco movimento de pessoas se registava nas salas onde estão distribuídas as equipas de triagem, cadastramento e administração da vacina. No «Mutu», por exemplo, Adelina Cunha e Manuel Barbosa, ambos de 23 anos, precisaram de lá estar por apenas cinco minutos para apanharem a primeira dose da Sinofarma.
À saída, em declarações ao Novo Jornal, os dois jovens estudantes, com alguma vergonha por terem aderido ao posto de imunização apenas «nos descontos» dados por João Lourenço, alegaram já se terem deslocado, pelo menos, duas vezes a um dos mais de 20 postos espalhados pela capital, mas não tiveram sucesso, devido a enchentes.
Nesta semana, entretanto, são os próprios responsáveis dos centros de vacinação a apelar a que a população adira aos postos, como faz Joana Ademiro, coordenadora do posto de vacinação do Magistério Mutu-ya-Kevela. “Até antes de 15 de Outubro, chegávamos a vacinar acima de quatro mil pessoas”, recorda, lamentando que a prorrogação do prazo para vigorar a obrigatoriedade de apresentação do certificado de vacinas tenha criado “um grande relaxamento” entre os cidadãos.
FONTE: NJ