PALOP adotam medidas para travar coronavírus

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Angola e Moçambique adotaram medidas preventivas contra o coronavírus, enquanto Cabo Verde aconselhou cabo-verdianos na China a seguirem as indicações de Pequim. Vírus já matou pelo menos 41 pessoas em território chinês.

O Governo de Angola anunciou este sábado (25.01) uma série de medidas para prevenir o país de eventuais casos de contaminação por coronavírus, que já matou pelo menos 41 pessoas na China.

O plano inclui a instalação de termómetros no Aeroporto Internacional de Luanda e a implementação de medidas preventivas também nos portos, fronteiras terrestres e locais com grande fluxo de pessoas.

A informação foi avançada pela agência de notícias estatal angolana, ANGOP, que citou a ministra angolana da Saúde, Sílvia Lutucuta: “A instalação de termómetros no aeroporto vai ajudar a identificar rapidamente as alterações da temperatura corporal e ter atenção especial aos passageiros que chegam”.

Ainda de acordo com a ANGOP, a ministra frisou que, nessa fase, o importante é que o cidadãos façam a higienização das mãos e estejam atentos a sintomas como tosse, febre alta e dificuldade ao respirar – principais sintomas relatados por pacientes na China e nos países onde o vírus já se propagou.

Moçambique intensificou medidas
Entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), também Moçambique anunciou esta semana medidas contra o coronavírus. Na última quinta-feira (23.01), o Ministério da Saúde de Moçambique assegurou que intensificou o controlo nos principais pontos de entrada de estrangeiros como medida de prevenção.

“Intensificámos a vigilância nos principais pontos de entrada no país, sobretudo, para os viajantes provenientes das zonas afetadas, a República Popular da China”, disse a chefe do Departamento de Vigilância em Saúde no MISAU, Lorna Gujirate, em declarações ao canal público Televisão de Moçambique (TVM).

Além disso, na sexta-feira (24.01), a diretora nacional de Saúde de Moçambique, Rosa Marlene, também garantiu que a vigilância foi reforçada no país: “Reforçámos a vigilância em todos os postos de entrada, por exemplo, ao nível dos aeroportos. Fazemos uma história [entrevista] para saber se a pessoa viajou à China, com quem esteve e qual o contacto que teve, se tem febre ou não. As pessoas que viajaram à China são o nosso foco. Não é qualquer pessoa que tem de passar pelo controle”.

Cabo Verde aconselhou estudantes
Por seu turno, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, apelou na sexta-feira (24.01) aos estudantes cabo-verdianos na China para seguirem “escrupulosamente as indicações das autoridades sanitárias”, face ao risco que representa o coronavírus.

De acordo com a mensagem divulgada pelo chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca falou com a embaixadora de Cabo Verde na China, Tânia Romualdo, contacto que serviu para fazer um ponto de situação sobre os efeitos do vírus que atinge várias regiões daquele país asiático. “E, nomeadamente, sobre a situação dos nossos estudantes”, descreveu Jorge Carlos Fonseca, aludindo aos 350 cabo-verdianos que estudam na China.

O Presidente garantiu que a situação está a ser acompanhada pela embaixada, não havendo notícia até ao momento de qualquer caso que afete a comunidade cabo-verdiana. “Mas é preciso estar atento e seguir escrupulosamente as indicações das autoridades sanitárias”, afirmou Jorge Carlos Fonseca.

Vírus chegou à Europa
O novo vírus, que causa pneumonias, foi detetado na China no final de 2019 e provocou a morte a pelo menos 41 pessoas e infetou mais de 1.300 em vários países. Entretanto, a infeção já foi registada em França, primeiro país europeu com casos do vírus.

O Governo da França divulgou na sexta-feira que foram confirmados três casos do coronavírus. Todos os pacientes estiveram recentemente na China e estão hospitalizados.

Além do território chinês e da França, foram confirmados casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, Malásia e Austrália. Ainda não há registo do vírus em África.

Ao longo dos últimos dias, as autoridades chinesas proibiram as entradas e saídas de Wuhan e várias cidades na região, afetando mais de 50 milhões de chineses, e, hoje, decretaram que apenas veículos de emergência podem circular na cidade onde teve origem o surto.

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