Inaugurada em Julho de 2011, pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a Cidade do Kilamba, o maior projecto habitacional construído no país, durante algum tempo ostentou a imagem de uma Luanda próspera e acolhedora. Não foi por acaso que o projecto constou do “roteiro” cedido aos vários chefes de Estado e do Governo que visitaram o país, particularmente, no período que antecedeu a crise financeira.
Localizada no Distrito Urbano do Kilamba, município de Belas, a Sul de Luanda, perto de completar nove anos desde que foi inaugurada, relatos dos moradores e os sinais de degradação que apresenta entristecem qualquer cidadão comprometido com o bem colectivo. Os bens públicos continuam a ser destruídos. A iluminação pública é deficiente, espaços reservados a espaços verdes acolhem capim com altura descomunal, parques foram transformados em feiras e os passeios degradados. Há registos de infiltração de água e fissuras em vários apartamentos. Também há falhas recorrentes no abastecimento de água, poluição sonora constante e moradores que fazem resistência em pagar a taxa de condómino. Enfim, um conjunto incontável de problemas que, de facto, tornam cada vez mais difícil a vida da maioria dos moradores. Felizmente, nota positiva tem sido dada a Polícia Nacional que conseguiu estancar os níveis altos de criminalidade.
Devido aos vários problemas que afectam a Cidade do Kilamba, os moradores direccionam críticas, fundamentalmente à administração da cidade, a quem acusam pouco ou nada fazer para mudar o quadro negativo. Foi assim na gestão de Joaquim Israel e, posteriormente, com João Baptista Domingos. Levando em conta as reclamações dos moradores aos microfones da Rádio Luanda, proferidas na semana passada, tudo leva a crer que com o administrador Murtala Marta, no cargo há oito meses, a história se repete. Neste entretanto, alguns moradores admitem mesmo ter perdido esperança em melhorias com o actual modelo de gestão da cidade. Defendem que o Kilamba deve ter autonomia administrativa e financeira. De outro modo, não vislumbram um futuro risonho e temem o agudizar dos problemas.
Por:Adalberto Ceita