O mercado dos Correios, em Luanda, conhecido por ser o maior mercado informal de acessórios para automóveis de Angola, e sobre o qual recaem suspeitas de ser local de venda de material furtado, foi encerrado na sequência da “Operação Resgate”, em curso desde ontem com o objectivo de “repor a ordem no país”, segundo as autoridades.
Na praça onde decorria o famoso mercado das peças, no Golf 1, município do Kilamba Kiaxi, dezenas de vendedores, entre angolanos e estrangeiros, na maioria provenientes da RDC e do Mali, estão paralisados desde as primeiras horas de ontem, porque temem ser os principais alvos dos efectivos da Policia Nacional e dos efectivos do Serviços de Investigação Criminal (SIC), que se encontram à paisana naquela zona para manter a ordem e a tranquilidade.
As razões, segundo apurou o NJOnline, têm a ver com a proibição da venda de peças de automóveis na rua ou mercados informais, decretada pelo Governo, precisamente para travar a onda de furtos a viaturas.
“O exercício de venda de peças de veículos automóveis e motorizadas fora dos estabelecimentos autorizados ficou ameaçado desde que o Governo decretou a proibição dos mesmos. Nós não temos onde recorrer para sobreviver, por isso, mesmo com a proibição, continuamos a vender aqui, porque temos famílias para sustentar e não podemos recorrer aos caminhos do crime” explicou ao NJOnline João Matumona, de 53 anos, que vende diversos acessórios de viaturas naquela praça.
Questionado sobre a proveniência das peças comercializadas naquele mercado, João respondeu que a maioria vem de viaturas acidentadas.
“Antes recebíamos contentores de peças que vinham do exterior, mas, devido à escassez de divisas, ficámos parados no tempo. Hoje, a maioria das peças comercializadas nesta praça é de carros acidentados”, garantiu.
A”Operação Resgate” teve início ontem, 06, com o objectivo, segundo o comandante-geral da Polícia NacionalPaulo Almeida de “repor a ordem e a autoridade”.
Dizendo tratar-se de uma operação de grande amplitude”, Paulo de Almeida, explicou que o nome da iniciativa se devia à necessidade de resgatar “a autoridade do Estado, da ética, da ordem, da disciplina”.