Na semana passada apercebemos-nos por via das redes sociais e pelos meios de comunicação que vários institutos superiores e universidades, injectaram no mercado uma quantia elevada de novos licenciados, jovens estes que batalharam durante 4/5 anos(ou muito mais) para terem os seus diplomas. E desde sempre tive a curiosidade em querer saber o quão prazeroso é receber o famoso ‘canudo’, até que não consegui mais evitar e questionei a minha professora Helena sobre o assunto.
Esta por sua vez, não hesitou e respondeu-me o seguinte:
-Paulo, no momento é super agradável estar vestida(o) com a beca e poder festejar com os seus familiares e amigos. Mas tudo aquilo durou pouco, até ao momento em que notas que não tens emprego…
É bastante deprimente, lutar com unhas e dentes, com todo o “arsenal” possível e nos esforçarmos para atingirmos um objetivo e sentir que no final de tudo, [quase] nada valeu a pena. Sem querer falar da péssima qualidade do nosso ensino, sendo que começamos a ser mutilados no ensino primário com conteúdos que até aos dias actuais não se confirmam a sua veracidade.
O Estado é uma “persona non grata” quando fala-se em criar mecanismos que obrigam as empresas a fornecerem por exemplo, um estágio profissional aos recém licenciados. É ainda mais desprezível saber que milhares de angolanos e angolanas estão em casa sem nada a fazer, por simplesmente não terem dinheiro para estudar, ou talvez, porque andam cansados de concorrerem as escassas vagas de bolsas de estudo do INAGBE (Instituto de Gestão de Bolsas de Estudos).
Quando na verdade o Estado angolano deveria seguir o exemplo de vários países e ser o maior impulsionador destes jovens, criando créditos académicos que seriam descontados nos seus primeiros salários.
Contudo, João Lourenço, na altura candidato a Presidente da República, prometeu 500 mil empregos aos jovens angolanos. E até ao momento pouco ou nada fala-se sobre o assunto.
E só para terem uma ideia: Desde o ano 2014, a crise já retirou 100.000 empregos aos jovens angolanos.
Como dizem por aí: A ver vamos…
Por: Paulo Afonso
pafonso@kilambanews.com