A aquisição de uma residência pela camada juvenil em Angola está cada vez mais difícil, afirmam candidatos a uma casa nas chamadas centralidades do Estado.
O Presidente da República disse recentemente ter orientado as estruturas ministeriais a ceder cerca de 30 por cento do total das casas disponíveis à juventude, mas os candidatos dizem não ter visto as referidas residências.
Eles dizem que o recente processo de inscrição para as habitações, gerido pela Imogestim, está viciado e manchado de casos de corrupção.
Mais de 700 mil candidaturas foram formalizadas até quarta-feira,5, no portal da empresa na internet, que recebeu os processos para aquisição de residências no projeto habitacional do Estado.
Ngueve Sapalo, um dos interessados, diz que o Governo não cria incentivos para que os jovens construam a sua própria residência nem facilita a aquisição da mesma.
“Governantes angolanos têm mais de 5, 6, 7 casas, os marginais fazem daquilo suas residências, estamos mal”, afirma.
Para Capita Inga, outro interessado, residente do Cazenga, licenciado em Língua Inglesa e professor voluntário, a problemática da aquisição de casa por jovens começa na falta de emprego, porque sem salários aceitáveis não ser pode concorrer à compra de uma casa.
“É muito difícil, por isso é que muitos angolanos ficam nas casa dos seus pais até aos 40 anos”, refere Inga..
Já Francisco Teixeira, que concorre pela segunda vez à aquisição de uma residência do Estado, fala em tráfico de influência e corrupção no processo.
“As pessoas que vão ser selecionadas de forma justa, vai haver envelopes por debaixo da mesa, os telefonemas e mais uma vez nós os jovens, que não temos influência, ficaremos fora do processo”, denuncia Teixeira.
A VOA contatou o porta-voz da Imogestim, a instituição que gere a concessão das centralidades, João Guerra, que prometeu responder a estas e outras questões numa conferência de imprensa a realizar-se brevemente.