Funcionários da Movicel poderão paralisar actividades

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Trabalhadores da operadora de telefonia móvel marcaram uma greve geral para o dia 7 de Maio, na base desta medida está o incumprimentos da operadora das várias solicitações, a medida surge depois de várias tentativas de negociação com a direcção da empresa para que se melhore as condições salariais, progressão de carreira, entre outras preocupações.

Paralisação total dos serviços, poderá ocorrer nas horas úteis e normais de trabalho em todas as áreas da empresa, concretamente, no dia 7 de Maio, a partir das 8h, por tempo indeterminado, é o que a comissão sindical dos trabalhadores determina, depois de se terem consumido as 72 horas limite, desde a última assembleia geral a 21 de Abril.

A declaração de greve vem na sequência da entrega do caderno reivindicativo, no dia 15 de Janeiro e, mais tarde, no dia 9 de Março do ano corrente, que não obtiveram uma resposta positiva da direcção da Movicel. Há claramente uma falta de interesse, segundo o primeiro-secretário da comissão sindical, Costa Fernando dos Santos, por parte da direcção da empresa em resolver as preocupações dos trabalhadores, pois, se tivessem, teriam chamado a comissão para negociar.

Os trabalhadores pedem um aumento salarial na ordem dos 75%; reavaliação e reenquadramento do pessoal na nova tabela salarial, segundo as categorias ostentadas por estes até Novembro de 2016; progressão de carreira; reajuste do plafond de saúde e das ajudas de custo; determinação do montante do prémio de avaliação de desempenho e formação.

“A direcção apresentou-nos o director dos Recursos Humanos e do Gabinete Jurídico como negociadores, só que estes não tinham poder de assumir, nem sequer apresentavam uma contraproposta, pelo que não houve nenhum acordo”, conta.

O período de paralisação que os trabalhadores indicam “poderá ser prolongado ou retomado de forma alternada, para igual período nos dias posteriores – das 8 às 17 horas -, dependendo do resultado das negociações”, lê-se na declaração de greve que data de 27 de Abril, documento que os trabalhadores não só entregaram à direcção da empresa, como ao ministério de tutela, MAPTESS e ao Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações de Luanda.

Costa Fernando dos Santos aproveitou a oportunidade para denunciar uma atitude “menos abonatória” que a direcção da empresa está a tomar, que visa intimidar alguns trabalhadores cujos nomes constam na lista de presença da última assembleia geral. “Eles estão a ser ameaçados de despedimento”, disse, acrescentando ser um acto ilegal, uma vez que viola claramente a Lei da Greve.

“Dizem que vão despedir cerca de 300 pessoas. Agora, eu pergunto, se a empresa está mal financeiramente, como dizem, de onde sairá dinheiro para indemnizar esse pessoal todo?”, questiona.

A direcção geral da Movicel convocou uma reunião, segundo o nosso entrevistado, com todos os supervisores da área de operação para os desincentivar a aderir à greve. Entretanto, reforça que a adesão à greve deve ser uma decisão individual e não por incitação de alguém.

Por outra, disse ainda que a direcção da empresa interrompeu o acesso ao correio electrónico institucional aos trabalhadores, de forma a impossibilitar o contacto com os funcionários das outras províncias. Diante desta situação, os trabalhadores da capital viram-se obrigados a criar grupos na rede social WhatsApp para estarem em constante comunicação com os outros colegas.

Contactos foram incetados com a  a direcção da empresa, por via do Gabinete de Comunicação e Imagem, mas sem  sucesso.

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