Foi a enterrar este domingo (07) no Brasil, os restos mortais da bióloga brasileira Daniela Bentecurti, falecida no dia 27 de junho em Luanda, após ter estado uma semana internada numa das unidades hospitalares, Daniela não resistiu à malária.
O sonho de Daniela que era bióloga e com diversas formações era de viajar para Angola para auxiliar na conscientização e procedimentos para eliminar o lixo que hoje encontra-se em diversas áreas. Em Angola, a malograda realizou palestras e entrevistas na TV e rádios, onde mostrava claramente a alegria em estar a fazer um trabalho que poderia representar algo ao país.
Por conta dos vários constrangimentos que a família da malograda vivia no brasil relativamente as burocracias no tratamento do visto para que a família pudesse deslocar-se a Luanda e tratar a papelada para a transladação do corpo. A presidente da Câmara do Comércio Angola – Brasil, Camila Silveira, tratou e acompanhou pessoalmente todo o processo da transladação do corpo até chegar ao Brasil, Camila Silveira reconheceu o apoio e agilidade na tramitação dos actos consulares por parte da Embaixada angolana no Brasil.
A empresária brasileira conta as peripécias do infortúnio.
“Tomei conhecimento de que havia uma moça brasileira precisando de sangue em Luanda, um dia após ter vindo para o Brasil, neste momento realizei algumas publicações para tentar ajudar, posteriormente a notícia da família no aeroporto de São Paulo em um grupo de WhatsApp onde muitas pessoas relatavam a dificuldade e tempo para retirar visto, nesta senda surgiam muitas informações desencontradas. A família estava com expectativa de conseguir viajar para Angola o quanto antes, foi quando fui ao encontro das mesmas e realizei todos os procedimentos, neste período começou a chegar às primeiras informações de óbito”.
A presidente da Câmara Angola – Brasil, avançou que, “no mesmo dia tratamos a documentação necessária para um dos familiares viajar pois a embaixada de Angola no Brasil foi como sempre muito sensível e eficaz em tudo que era necessário, após a chegada da Carina (irmã de Daniela, falecida), que veio a constatar a morte da mesma, embora termos enfrentado muitas dificuldades com as contas. Claro que numa situação desta não existem culpados pois é uma fatalidade ocorrida mas gostaríamos de ver uma maior acção dos companheiros de actividade de Daniela já que ela estava prestando um trabalho voluntário e a família possui condições financeiras limitadas para dispor de dívidas de transladação por volta de 23 mil dólares e custos hospitalares que ultrapassou os 50 mil dólares por menos de uma semana de internação onde a mesma já chegou sem consciência.
Após o enterro, é altura de pagar as dívidas contraídas, e gostávamos de puder contar com algumas ajudas para tentar uma negociação no valor a pagar, temos esperanças de apoios, mas ainda sem nada concreto e por isso solicitamos o apoio das várias instituições para a resolução deste assunto.
Camila Silveira, asseverou que este caso da Daniela, não se trata do primeiro, “Infelizmente após o facto tomei conhecimento de um grande número de brasileiros que passam a mesma situação ou morrem alguns dias após a chegada no Brasil pois a identificação da doença é bastante demorada e não há testes rápidos lá, como há em Angola, o que gera um grande número de vítimas mortais, mesmo entre os angolanos os índices são bastante elevados principalmente em crianças até 4 anos.
A empresária brasileira, directora geral do empreendimento Terra Brasil, fez saber que essa situação não vai afugentar o sonho dos brasileiros em realizar trabalhos de voluntariado em África, particularmente em Angola.