A Bíblia diz que o homem deve juntar-se a uma mulher e ambos serão uma só carne, viverão juntos e multiplicarão a sua semente; e um ditado popular diz que “Quem casa quer casa”, mas na verdade, não há uma idade certa para sair da casa dos pais.
Noutros lados do mundo, em alguns países com sociedades mais evoluídas, aos 18 anos de idade, os filhos adquirem a independência financeira por parte dos seus progenitores e em alguns casos vivem sozinhos ou em apartamentos partilhados.
Mas cá na banda, e acredito que em qualquer parte do mundo também assim seja, a realidade é bem semelhante. Para um(a) jovem viver sozinho(a) deve primeiramente ter uma fonte de sustentabilidade. Com as variadíssimas situações económico-financeira que nos assolam, não há “salo” nem pra quem estudou até o “tutano”, como e quando sair do berço? O salário mínimo no nosso país ronda aos 25 mil Kwanzas ou menos. Vamos supor alguém que ganha 45 mil kzs e tem já 2 filhos, deve encontrar uma casa que a renda mensal ronda os 10 mil Kwanzas, adicionando as propinas das duas crianças (já que muitas famílias angolanas são detentoras de alguma ilusão mesmo tendo pouco), a alimentação, a indumentária, pagar a TV e outras despesas necessárias. Nota-se que a este valor talvez só em zonas suburbanas, onde depois do almoço ninguém mais anda porque corre o risco de ser assaltado.
Como vai então o jovem cidadão conseguir sair da velha? Se até as casas das centralidades já acabaram e as que sobraram são para os filhos dos “Nguvulos” que ainda estão a se formar lá fora. Se pelo menos os terrenos de construção dirigida fossem atribuídos regularmente e as autoridades criassem as mínimas condições de habitabilidade seria mais fácil esta mudança, mas toda mudança encontra resistência até mesmo quando é para o bem.
Na verdade, economicamente é mais viável ficar na velha, rachar as despesas mensais com o colectivo e ir aguentando assim, até um dia aparecer uma “fesada” de conseguir um terreno para construir o quarto e sala ou conseguir um “cúbico” no Zango 10 mil.
Para quem está na velha, não deve levar a peito tais insultos sociais porque a situação não está favorável para todos, mas não deve cruzar os braços e sim continuar a batalhar para conseguir sair da casa aonde nasceu e cresceu e ter a sua própria.
Fonte da imagem: Redes sociais