O Censo Geral da População e Habitação arrancou a 19 deste mês, sob uma ‘chuva’ de protestos e debaixo de uma contestação que tem atingido, em primeiro lugar, a logística, já considerada a ‘mancha negra’ de todo processo. Desde o arranque há recenseadores, em todo o país, que nem entraram em campo por falta de material de trabalho como camisolas, passes e tablets, além de não haver viaturas suficientes.
Em todo o país, a falta da presença dos inquiridores tem “causado estranheza”. A comparação é feita com o primeiro censo, realizado em 2014 em que desde o início censitário o país esteve ‘pintado’ com as cores laranja das camisolas dos recenseadores.
A explicação, para muitos recenseadores, previstos para cobrir o censo, passa essencialmente pela falta de meios e ainda pela falta da disponibilidade da alimentação. O Instituto Nacional de Estatística (INE) tem falhado com a distribuição do valor da merenda diária, que lhes foi prometido como subsídio de alimentação.
“A situação é caótica. Saco vazio não fica em pé”, lê-se nas redes sociais, usando frases comuns no léxico angolano. “No início, prometeram 2.500 kwanzas diários e agora já falam de mil kwanzas”, denuncia um agente censitário que preferiu não ser identificado.