Mundial do Satélite na forja! Sentimentos e sofrimentos de uma nação, protelados e toda uma angústia enviada à desmemória do povo que somos enquanto, os “príncipes e potestades” da governação nacional, os decisores da hora e dos egos concebidos vão tomando decisões dentro do caldeirão da Assembleia Nacional.
Nos noticiários, há uma dupla de semanas pra cá, disseram que o negócio da bolsa de valores da Malária continua a subir, atingindo já uma cifra média de 25 almas por dia em todo o território nacional.
Parece-me serem mortes que já não doem a mais ninguém a não ser os familiares dos que perdem seus entes-queridos. Aos poucos vamos perdendo a sensibilidade e a nos acostumarmos com a morte como se fosse um até breve concreto.
Enquanto discutíamos sobre as prestações das nossas congéneres africanas no Mundial, as fintas, qualidade dos golos e os penteados dos jogadores, o preço do combustível está a ser aconselhado a subir ao dobro para se criar um equilíbrio na economia do país. O dobro!! Condição física para se andar a pé vai se precisar.
Foi liberada a entrada de carros em segunda mão com ate 6 anos de fabrico para ligeiros e 10 para pesados. Uma festa pela decisão, sem conhecimento de causa foi feita. Não sei como serão feitas essas aquisições, quando o kuanza é só mesmo “nosso mambo” e as divisas continuam a fazer caretas perante os pacatos cidadãos de estratos sociais duvidosos.
Os “lords” sabem como fazerem.
São eliminadas as equipes africanas do Mundial e nas estradas nacionais, na Operação “Relâmpago” são “eliminados” também ou apanhados, devido o consumo de álcool acima da média, quase 800 automobilistas pelo bafómetro. Um bem-haja a nossa Polícia Nacional em colaboração com as Forças Armadas Angolanas, que num final de semana conseguiram aumentar o consumo de água nas festas e convívios particulares, evitando assim mortes supérfluas nas rodovias.
É um claro sinal que quando queremos pôr ordem, conseguimos.
De equipas favoritas à equipas que simpatizamos, aguardávamos pela nova lei dos feriados nacionais, e de Maio, até agora, não se falou coisa alguma. O 27 de Maio continuará a ser como a estória do Capuchinho Vermelho, onde não se sabe ao certo se o Lobo comeu ou foi comido pela Capuchinho com conivência da própria avó.
Ainda acredito que os historiadores já activaram a amnésia selectiva quanto a este assunto. O nosso mundial acontece aqui, ao vivo e a cores mas… neutras, com todos os nossos problemas (a)normais de um país, enquanto, na zona mais protegida do mundo neste momento a magia da bola também tem feito as suas peripécias sob o olhar atento do vídeo árbitro (quando há a necessidade). Não somos os piores.
Na Rússia não estamos, mas cá dentro não deixamos de marcar golos… Nem que seja em fora
do jogo.