A religião é subproduto de classe

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Nesta semana não assisti o Programa Televisivo na Lente, por falta de energia eléctrica, mas não posso deixar de tecer a minha modesta opinião sobre o fenómeno religioso em Angola, sobretudo, em Luanda.

Segundo Aristóteles, a observação é o método mais eficiente e eficaz para avaliar um discurso e eu concordo. Desde que nasci, sempre acreditei na existência de um ser supremo, todo-poderoso e benevolente, isto torna-me num ser teísta.

Comecei a frequentar, de forma activa à igreja quando ainda estudava a 6ª classe, isto em 2003. Naquele longínquo período, eu já interrogava a função primária da igreja e os meus amigos, aqui na rede, podem confirmar.
Porém, não entendo o espanto e consequente admiração das pessoas ao verem a reportagem sobre a religião em Angola divulgada ontem pela Televisão Pública de Angola (TPA), pois penso não ser uma verdade oculta, só não vê quem não quer.

Em Angola está cada vez mais visível, o desespero, a pobreza, a fome e até o imediatismo, que têm levado as pessoas a acreditarem na primeira luz que aparece, por esta razão temos visto situações lastimáveis, todos temos um parente, amigo ou vizinho, que vendeu tudo pela religião, sejamos sinceros, eu até já nem consigo distinguir alguns pastores dos “quimbandeiros”, parece até que está tudo misturado.

Por isso, defendo que a religião é alienação, é uma forma de iludir a mente do homem, mostrando-lhe as venturas celestes para encobrir a miséria e a opressão, que é a realidade humana.

Esta alienação deve ser esclarecida “a partir da situação histórico-social concreta.” Para Karl Marx a alienação não é o fundamento da religião, mas o resultado. De acordo com os escritos de Marx, esta alienação esta na condição social e económica das classes menos favorecidas que são exploradas pelas classes dominantes, ricas.
Contudo, para ele, se essas barreiras de classes sociais e económicas forem destruídas, automaticamente a religião também o será. Pois a religião é subproduto de classe.

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