A nova vida de Isabel dos Santos na Unitel

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Isabel dos Santos perdeu poder na administração da Unitel, a maior operadora de telecomunicações angolana, da qual é acionista de referência. A empresária mantém-se na administração da companhia, mas não vai ter pelouros, afirmou ao ECO uma fonte que conhece o processo de nomeação para administração da operadora, decidido esta terça-feira em assembleia geral de acionistas.

A empresária foi, neste mandato, presidente do conselho de administração da Unitel. E o comunicado que distribuiu logo depois da assembleia geral sinalizava os resultados obtidos e os elogios ao respetivo desempenho da administração. “Foram reconhecidas pelos accionistas as capacidades e qualidades técnicas dos administradores cujo mandato cessa, reconhecendo ainda que, no exercício do referido mandato, a actuação do Conselho de Administração se pautou por princípios de boa fé, tendo em vista a prossecução dos interesses da Unitel”, lê-se no comunicado. Uma defesa antecipada, e pública, do que estará em causa: eventuais processos judiciais a racaírem sobre a empresária e filha do anterior presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, pela gestão financeira da Unitel.

Apesar destas declarações públicas, o facto é que Isabel dos Santos deixou de ser presidente da companhia de telecomunicações e passou a administradora. E há um novo diretor-geral da Unitel, proposto pela PT Ventures (Oi), com o apoio da Sonangol (através da Mercury). Miguel Geraldes era o responsável da Huawei na África do Sul e vai substituir, a partir do início de 6 de maio, o inglês Anthony Dolton. Curiosamente, este acordo entre a PT Ventures (Oi) e a Sonangol surge no momento em que um tribunal arbitral de Paris determinou que os outros acionistas da operadora têm de pagar 600 milhões de euros de indemnização aos brasileiros por causa do bloqueamento no pagamento de dividendos.

De acordo com outra fonte do ECO que pediu o anonimato, na nova administração da Unitel, será João Boa Quipipa, administrador indicado pela Sonangol, deverá supervisionar o pelouro das finanças.

“Isabel dos Santos não mais determinará os destinos da empresa e não deverá falar em nome da Unitel sem que seja mandatada, e para tal terá de ter obrigatoriamente o aval da PTV e da Sonangol”, afirmou ao ECO uma fonte que conhece os detalhes da reunião de assembleia geral de acionistas.

A Unitel, recorde-se, tem quatro acionistas, cada um com 25% do capital. Além da Oi e da Sonangol, a Unitel tem como acionistas a Vidatel (sociedade de Isabel dos Santos) e a Geni (de Leopoldino Nascimento, conhecido como general ‘Dino’, que, no novo mandato, passa de presidente da mesa da assembleia geral para vice-presidente).

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