O Tribunal Provincial de Luanda(TPL) colocou em liberdade nesta Quartafeira, 24, o músico Fernando Lucas da Silva(Robertinho) detido no ano passado pelo Serviço de Investigação Criminal(SIC), sob acusação de tráfico de droga
A informação foi prestada em exclusivo aO PAÍS pelo seu advogado, David Mendes, cuja decisão partiu do juiz da causa, por exceder o prazo de prisão preventiva a que estava sujeito. Sob processo nº 1424/18.2TPLDA, Robertinho foi detido no dia 10 de Maio de 2018 nas instalações do SIC/Luanda, quando lhe foi apresentado uma bagagem que continha droga, dias depois de ter vindo do Brasil. Com esta decisão, segundo o seu advogado, o músico retoma a sua liberdade normal, apesar de estar obrigado a apresentar-se às autoridades judiciais uma vez por semana, mas ainda assim está autorizado a viajar para onde quiser, sendo que a sua interdição foi levantada.
Quando quiser viajar, mesmo para o estrangeiro, deverá comunicar o tribunal para não se pensar que esteja em condição de prófugo, sendo que o processo está ainda na fase final, faltando o despacho de pronúncia do juiz da causa. David Mendes informou que vai haver a fase de instrução contraditória que foi requerida para tentar aclarar algumas coisas que ainda não estão esclarecidas, realçando que mantém a confiança na inocência do seu cliente. Disse haver elementos bastantes que contradizem a acusação feita pela Polícia Nacional, e em sede de julgamento promete demonstrar que o seu cliente foi vítima da sua “bondade”.
Moral alto
Apesar do tempo em que esteve detido, primeiro no Hospital Prisão de São Paulo, depois em prisão domiciliar, Robertinho está com o moral alto, e está satisfeito, como é óbvio, pela decisão do tribunal, apesar de lamentar que quando esteve detido os amigos e colegas de profissão abandonaram-no. “Isso para ele foi um choque muito grande, porque acreditava numa amizade pura destas pessoas, e nesta situação precisava de ajuda moral destes amigos e colegas”, deplorou o causídico. Disse que o que aconteceu com o Robertinho sirva de exemplo para os artistas e desportistas que andam em caravanas, para evitarem despachar bagagem de terceiros.