Segundo o representante africano da Let´s do It em Angola, Cornélio Tchipipa, Luanda está a produzir diariamente mais de 60 tonelada de lixo
Em entrevista a OPAÍS, por ocasião das comemorações do Dia Mundial da Limpeza, celebrado a15 de Setembro, o ambientalista declarou que essa quantidade de lixo pode ser reduzida se todos os cidadãos participarem de campanhas de limpeza.
O representante africano da Let´s do It em Angola, Cornélio Tchipipa explicou que se trata de uma associação que começou há mais de 10 anos, na Europa, em Estónia, e Angola só aderiu em Novembro do ano passado. Actualmente fazem parte 34 voluntários. Salientou que a escolha da limpeza desta praia tem muito a ver com o lixo que a mesma apresenta e com o número de pessoas que a utilizam porque com a quantidade de sujidade que tem pode proliferar outras doenças como a cólera.
Depois dessa limpeza, os ambientalistas predispõem- se a limpar os bairros da capital do país. “Já fizemos uma actividade se melhante em Viana, no ano passado, com menos de 50 pessoas na qual recolhemos mais de seis toneladas, em menos de uma hora. Nós sabemos que Luanda está produzir diariamente mais de 60 tonelada de lixo. Se eramos menos de 50 recolhemos tudo isso, imagina se todos participarem isso será nada”, afirmou.
A Let´s do It é um movimento de cidadania e cuidado com o meio ambiente e envolve actualmente 150 países. Por sua vez, o ambientalista Marcelino Francisco explicou que a data é importante porque ajuda a cumprir o calendário ambiental, que ao mesmo tempo é mundial.
Actividade que dura 10 anos “É uma actividade que começou há 10 anos, em Estocolmo, na Suécia, por via da Associação Não-Governamental Let´s do It. Nesta edição, em Angola, temos na comemoração dessa data um representante da empresa, o que para nós é muito bom. Estamos a realizar uma actividade que ao mesmo tempo que em todo o mundo está a se realizar”, disse, no acto da limpeza.
O engenheiro de recursos naturais e ambiente explicou ainda que estão o foco principal do Dia Mundial da Limpeza tem sido o acumulo e aumento dos residios flutuantes no mar. Como um dos parceiros que apoia a actividade é a Queiroz Galvão, então escolheram a Praia Amelia.
Marcelino Francisco explicou que muitos dos residios chegam à praia são produzidos noutros locais e, por acção de agentes externos, como a chuva, vento e entre outros acabam por chegar até à praia. “O cuidado que temos com a nossa casa é o mesmo que devemos ter com o espaço externo ou ambiental porque para nós, o mundo não tem lá fora e nós fizemos parte de um todo
. O ambiente funciona como uma caixa- de-ressonância”, frisou. Acrescentou de seguida que “o bem que fizermos a ele será retribuído da mesma forma ou melhor e o mal que fizermos é retribuído muitas vezes de forma violenta”.
A campanha de limpeza, realizada no último final de semana, em Luanda, contou com a participação da Associação Nação Verde e o Núcleo de Pesquisa NPGA, com a participação da ONG Internacional Let´s do It e o apoio da empresa Queiroz Galvão.
A mesma foi sucedida de uma campanha de sensibilização e recolha de resíduos sólidos na Praia Amélia sob o lema “Ambiente Sadio e não Poluído”, com o objectivo de diminuir a inúmera quantidade de plásticos depositados no nosso oceano.
Esta data que visa promover a mobilização de voluntários para a limpeza de suas cidades, bairros, praias, praças e parques. A acção simboliza a necessidade de conscientização da sociedade para um problema maior do descarte irregular de resíduos sólidos urbanos.