Sabe-se que Luanda a nossa cidade capital foi concebida há menos de 500 anos para aproximadamente um milhão de habitantes, mas com o advento da guerra e a febre migratória, viu-se forçada a adaptação rápida para uma Mini-metrópole.
Em constante crescimento e mutação a nossa Kianda tem sofrido várias obras de requalificação e melhoria das suas principais vias e adjacentes que por vezes no nosso humilde ponto de vista mal agendadas e em algumas vezes mal concebidas. Neste momento, o cacimbo está a dizer “bye bye” e vem aí o tempo chuvoso e foi precisamente agora que os nossos governantes decidiram arrancar com as obras da estrada de Catete e da nova via do Mausoléu até ao Enad.
Bem ora vejamos, o maior município de Luanda é Viana e aparentemente a maior parte da massa laboral lá reside. Assim sendo, estreitar uma via usada por milhares de transeuntes para obras devia ser melhor acautelada com várias vias alternativas para minimizar o impacto das elevadas horas passadas sobre o travar e acelerar.
Se analisarmos o ciclo de vida da nossa cidade podemos observar que ela é movida pelo calendário académico tanto das escolas públicas como privadas e algumas com calendário escolar europeu. Então porque não alinhar estas obras ou reparações com este calendário para facilitar a movimentação dentro e fora da cidade?
Lançou-se agora a empreitada que vai encurtar a via da Samba, principal eixo de escoamento da parte sul da cidade, não seria mais sábio reparar primeiro as vias internas dos Bairros Golfe, Cassequel e Popular por serem mais rápidas de executar e então lançar mãos ao desafio maior? Ou será que queremos mostrar trabalho pensando em ajudar e em vez disso estar a prejudicar o pacato cidadão que levanta quando o sol ainda dorme e volta a casa com a companhia das estrelas?
Os habitantes de Luanda têm um estilo de vida que os leva a comportamentos já identificados e é responsabilidade de quem governa atentar a estes aspectos para corrigir o que está mal e melhorar o que está bem e gerir a cidade sem congestão.