O presidente norte-americano, Donald Trump, vai emitir uma ordem executiva que prolonga em 90 dias o prazo para a venda do TikTok, que é propriedade da empresa chinesa ByteDance, anunciou esta terça-feira a Casa Branca.
Após duas prorrogações de 75 dias desde janeiro, Trump “não quer ver o TikTok desaparecer”, destacou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.
A venda do TikTok, imposta pelo Congresso norte-americano, tem vindo a concretizar-se lentamente, ao ponto de Donald Trump voltar a adiar o prazo, previsto para quinta-feira, devido à falta de luz verde da China.
A rede social continua, aliás, sujeita a uma proibição nos Estados Unidos, ao abrigo de uma lei aprovada pelo Congresso em 2024, caso a sua empresa-mãe, a ByteDance, não renuncie ao controlo.
Trump já tinha sugerido hoje que ia prolongar o prazo para a empresa chinesa proprietária do TikTok vender a aplicação.
“Provavelmente sim, sim. Provavelmente teremos de obter a aprovação da China, mas penso que a obteremos. Penso que o Presidente Xi acabará por aprová-la”, respondeu quando questionado pelos jornalistas no Air Force One se o prazo seria novamente alargado.
A primeira vez que adiou o prazo foi através de uma ordem executiva a 20 de janeiro, o seu primeiro dia no cargo, depois de a plataforma ter estado brevemente fora do ar quando a proibição aprovada pelo Congresso — e mantida pelo Supremo Tribunal dos EUA — entrou em vigor.
A segunda foi em abril, quando os responsáveis da Casa Branca acreditavam estar perto de um acordo para transformar o TikTok numa nova empresa com propriedade norte-americana, que falhou depois de a China ter recuado após o anúncio das tarifas de Trump.
De acordo com vários órgãos de comunicação social norte-americanos, tinha sido assinado um memorando de entendimento no início de abril que previa a separação do TikTok US do grupo ByteDance, com uma reestruturação do seu capital.
As participações dos investidores não chineses aumentaram de 60% para 80%, com a ByteDance a manter os atuais 20%.
Esperava-se que o grupo de TI Oracle, que já aloja os dados do TikTok US nos seus servidores americanos, assumisse o comando, juntamente com a gestora de ativos Blackstone e o empresário Michael Dell.
De acordo com a agência Associated Press (AP), não é claro quantas vezes Trump irá prolongar o prazo para a venda, enquanto o Governo continua a tentar negociar um acordo para o TikTok.
Até agora, a ByteDance nunca concordou com o princípio de alienar esta ‘joia’ tecnológica, como solicitado pelo Congresso, que está preocupado com a utilização de dados pela China ou com uma tentativa de influenciar a opinião pública norte-americana.
Trump acumulou mais de 15 milhões de seguidores no TikTok desde que entrou no ano passado e atribuiu à plataforma pioneira o mérito de o ter ajudado a ganhar força entre os eleitores jovens.
Em janeiro, o republicano admitiu que tem “um carinho pelo TikTok”.