A Sonangol informou, nesta segunda-feira, que está a resolver a situação do abastecimento de combustíveis na província de Luanda, sem precisar prazo para a resolução total do problema, registado desde as primeiras horas de sábado último (16).
Há três dias, a capital do país regista problemas com os combustíveis, sobretudo de gasolina, situação que a petrolifera diz dever-se a um certo “condicionamento logístico”.
Face à situação, os automobilistas têm enfrentado grandes filas nas bombas de abastecimento, sendo que algumas chegaram a encerrar temporariamente, por falta do produto.
Em comunicado, a Sonangol explica que a referida ocorrência conduziu à necessidade de reestruturar alguns processos relativos às quantidades de combustível necessárias aos diferentes consumidores, intermédios e finais, de modo a que os reabastecimentos já em curso, assim como as reposições posteriores, possam ir ao encontro das necessidades do mercado.
Informa que, normalmente, a seguir a qualquer alteração no curso regular de distribuição de combustível, o mercado leva alguns dias a voltar à normalidade, situação susceptível de induzir à falsa percepção de existência de escassez de produto.
A última vez que a capital do país registou escassez de combustíveis foi em Outubro de 2017, devido a um atraso de 24 horas no abastecimento dos postos, decorrentes de problemas operacionais, segundo explicações dadas na altura pela Sonangol.
Para atender as necessidades de fornecimento de combustíveis no mercado nacional e reforçar os stocks, a Sonangol, enquanto concessionária, escolheu em Janeiro de 2018, com base num concurso público internacional, a petrolífera francesa Total, para fornecer 1,2 milhões de toneladas de gasolina/ano ao mercado angolano.
Fruto da referida escolha, a Total iniciou com a sua actividade em Maio último, com o primeiro carregamento do produto refinado.
Antes da escolha da Total, a Sonangol gastava cerca de 50 milhões de dólares/semana, com a importação de combustíveis.
Além da Total, a empresa Glencor Energgy Uk Ltd também foi seleccionada no concurso público internacional para importação do diesel (gasóleo) e o diesel para marinha.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África, com cerca de 1,5 milhões de barris de crude/ dia, mas a actividade de refinação está concentrada na Refinaria de Luanda.
Actualmente, Angola importa 80 por cento de produtos refinados, sendo 20 por cento de produção nacional, processados na Refinaria de Luanda.
Para garantir o aumento da capacidade de produção interna está em curso o projecto construção das refinarias do Lobito, com capacidade para processar 200 mil barris/dia e a refinaria de Cabinda, com capacidade de 60 mil barris/dia.
Em relação à Refinaria de Luanda, está em curso o programa de modernização e ampliação, a cargo da Eni, multinacional italiana, com vista a aumentar a capacidade de processamento para mil e 200 toneladas de combustíveis por dia, dentro de três anos, contra as actuais 280 toneladas/dia (330 metros cúbicos).
Construída em 1955, aquela refinaria tem capacidade actual para tratar 65 mil barris de petróleo por dia, operando a cerca de 70 por cento da sua capacidade e com custos de produção superior à gasolina e gasóleo importados.