O mercado imobiliário encontra-se quase paralisado, tendo a procura caído 80% devido à quebra do poder de compra da maior parte da população, em resultado da crise económica e financeira que o país enfrenta desde 2014, disse o vice-presidente da Associação dos Profissionais Imobiliários de Angola (APIMA).
Cleber Corrêa apontou também a mudança do regime cambial (de fixo para flutuante), em Janeiro de 2018 e a falta de crédito a custo baixo nos bancos comerciais como factores que aceleraram a quase paralisação do sector.
O vice-presidente da APIMA disse ainda à agência noticiosa Angop que o excesso de burocracia, a demora na emissão dos direitos de superfície e a falta de políticas habitacionais de grande impacto, dando autonomia aos empresários, são outras das dificuldades que o sector imobiliário enfrenta.
Enumerou também a falta de acesso a terrenos cujas vendas sejam feitas pelas administrações municipais, o que força as empresas comprar terrenos a terceiros, aumentando dessa forma os custos, bem como a falta de apoio ao sector privado com projectos imobiliários.
Segundo Cleber Corrêa, essas barreiras motivaram a paralisação de muitas empresas associadas da APIMA, associação que conta com cerca de 70 sócios.
A solução para ultrapassar esta situação passa, segundo o vice-presidente da APIMA, pela bonificação dos juros por parte do Estado para a compra de habitação e loteamentos sociais, dando dessa forma capacidade financeira aos cidadãos.