O Executivo tem o desejo de ver Luanda a equiparar-se, no futuro, às grandes cidades do continente africano, com um nível de infra-estruturas capazes de atrair e incentivar o investimento privado nacional e estrangeiro, anunciou ontem o ministro da Construção e Obras Públicas.
O ministro Manuel Tavares de Almeida, que falava durante a inauguração, pelo Presidente da República, do Viaduto de Ligação entre Camama e a Avenida Pedro de Castro Van-Dúnem “Loy”, disse que, para tal, estão a ser criadas as condições para que o objectivo seja concretizado o mais breve possível.
A estratégia para elevar a capital do país deve ser suportada pelo Programa Especial de Obras Públicas para a Cidade de Luanda (PEOPL), que prevê a construção de 40 viadutos, dos quais oito já se encontram construídos e quatro em construção, designadamente nó do Novo Aeroporto de Luanda, da UGP, Elevado do Cazenga e o da Corimba.
O ministro da Construção e Obras Pública lamentou, entretanto, o facto do PEOPL não estar a ser executado de modo mais célere, em virtude da crise que o país atravessa. O viaduto ontem inaugurado faz parte do PEOPL e visa concorrer para a mudança da imagem de Luanda, com a execução de projectos em consonância com o Plano Director de Luanda e as normas da SADC, que estabelecem vias principais com cruzamentos desnivelados.
À via que liga o Camama ao viaduto faltará executar o alargamento de 1100 metros da estrada que vai à Via Expressa, passando pela Administração de Camama. Com isso, pretende-se construir uma via de serviço para responder à demanda da zona comercial e deixar a via do Camama livre para o trânsito. O ministro da Construção e Obras Públicas prometeu ainda resolver a drenagem local, para evitar que a estrutura do viaduto seja afectada pelas águas das chuvas.
Manuel Tavares de Almeida reconheceu que só a construção de drenagem não será suficiente para conter o arrastamento de barro pelas águas pluviais. Por isso, disse ser necessário um trabalho de asfaltagem de cerca de três quilómetros nessa zona.
Construído em oito meses, o viaduto evolveu 152 trabalhadores, dos quais 142 angolanos e dez estrangeiros. Conta com uma extensão total de 282 metros, constituído por rampas de acesso, avenida com 202 metros e tabuleiro de 80 metros de comprimento.
O Viaduto de Ligação Camama/Avenida Pedro de Castro Van-Dúnem “Loy”, cujo custo não foi revelado, conta com duas faixas de rodagem e bermas, o que totaliza 9,3 metros de largura.
Melhorar a mobilidade
“Com a construção dos viadutos pretendemos evitar cruzamentos ao mesmo nível ao longo das vias principais”, disse o ministro da Construção e Obras Pública, para quem o viaduto ontem inaugurado vai melhorar a qualidade da mobilidade na capital e a redução do tempo de deslocação dos utentes no seu dia-a-dia.
Segundo a engenheira Rosária Kiala, membro da Comissão de Gestão do Instituto de Estradas de Angola (INEA), o que se pretende é melhorar a integração dos eixos viários estruturantes, no quadro do Programa Especial de Obras Públicas para a Cidade de Luanda (PEOPL), proporcionando uma melhoria no sistema viário de circulação de toda a Região Metropolitana de Luanda.
Até agora, disse, Luanda conta com oito nós de ligação, designadamente o de Cacuaco-Via Expressa, Ligação com a Estrada Nacional (EN) 100-Luanda-Kifangondo, EN 230, com a ligação à Fidel Castro, Ligação Camama, Boa vista, Unidade Operativa e o viaduto inaugurado ontem.
Ao longo da via que liga Camama ao Viaduto, faltam esgotos, passadeiras, quebra-molas e as ruas (travessas) precisam ser asfaltadas para que, em tempos de chuva, a areia não deslize para a rua asfaltada.
Muitos moradores mostram-se satisfeitos com a conclusão da obra, que trouxe asfalto e iluminação pública à rua, embora receiem que não venha a ser concluído o que falta: trabalhos de drenagem, sinalização das passadeiras e quebra-molas.
“Está tudo bem. Partiram a minha casa, mas indemnizaram devidamente. Receio pelas crianças na rua, pois duvido que os taxistas respeitem o limite da velocidade. Uns quatro quebra-molas ao longo da via seria bom”, pediu Jacinto António, que vive no Camama há 21 anos.
Fonte: JA