Crude cai para mínimos de 3 anos

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Os preços do petróleo recuaram para mínimos de Dezembro de 2021, ao negociar abaixo dos USD 70 por barril, devido a preocupações com a procura global. Inflação dos EUA recua e as bolsas também recuam.

Os preços do petróleo caíram acentuadamente na última terça- -feira, devido a crescentes preocupações com a procura global. Em Londres, o Brent perdeu quase 5%, atingindo os valores mais baixos dos últimos três anos, situando-se perto dos 68 dólares americanos. Em Nova Iorque, o WTI registou uma queda ainda maior, superior a 6%. Na sessão seguinte, os preços recuperaram ligeiramente, com o Brent a fechar a quarta-feira acima dos 70 dólares e o WTI a rondar os 66 dólares por barril.

O aumento dos receios em relação à procura global deveu-se à revisão em baixa das previsões de crescimento do consumo para 2024 e 2025 pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Adicionalmente, o mercado foi informado de uma redução na procura de petróleo por parte da China, acompanhada por uma queda nas importações em Agosto. Em contrapartida, as preocupações com eventuais disrupções na produção nos Estados Unidos, causadas pelo furacão Francine, equilibraram os receios de uma diminuição na procura global.

Outro ponto de destaque na semana foi a divulgação da inflação homóloga nos EUA, que caiu pelo quinto mês consecutivo, passando de 2,9% em Julho para 2,5% em Agosto, o valor mais baixo desde Fevereiro de 2021. Embora a inflação subjacente tenha acelerado em relação a Julho, o mercado manteve a expectativa de um corte de juros pela Reserva Federal, estimado em cerca de 25 pontos- -base, na próxima semana.

Na Europa, os investidores aguardavam as decisões da reunião de política monetária do Banco Central Europeu, numa semana em que foi reportada uma descida da inflação alemã para 1,9% em Agosto, o nível mais baixo desde Março de 2021.

Apesar das expectativas de cortes de juros, as bolsas mundiais registaram uma desvalorização generalizada. Nos EUA, os índices NYSE Composite (-2,52%) e S&P 500 (-2,17%) destacaram-se pelas maiores quedas, influenciados por notícias negativas do sector bancário. O Bank of America, o JPMorgan e o Goldman Sachs indicaram que os resultados do terceiro trimestre serão inferiores ao previsto.

Na Europa, o índice de referência Euro Stoxx 600 perdeu 2,63%, com o sector automóvel em destaque negativo, especialmente a BMW, cujas acções caíram mais de 10% após uma revisão inesperada em baixa das suas previsões para 2024, devido à diminuição da procura na China. No mercado cambial, o EUR/USD recuou 0,28% nos últimos sete dias, com o Dólar a fortalecer-se face às expectativas de um corte de juros pela Reserva Federal.

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