O presidente cubano, Miguel Diaz Canel, prosseguia nesta terça-feira, 22 de Agosto, a sua visita à área de Luanda deslocando-se ao Cazenga para visitar escolas construídas no âmbito da cooperação com Angola. O chefe de Estado da ilha caribenha dirigiu-se, nesta segunda-feira, aos deputados angolanos e avistou-se com o seu homólogo, João Lourenço. Na altura foram rubricados convénios de cooperação em áreas como o turismo, saúde e zonas francas e comerciais.
O anfitrião, presidente João Lourenço, admitiu que a cooperação histórica não tem tido o desejável impacto económico.
O estadista angolano, num registo da agência Lusa, aceitou o convite do seu visitante para ir a Cuba para a próxima cimeira do Grupo dos 77 e China (um bloco de países em desenvolvimento) a realizar entre 15 e 16 de Setembro em Havana.
Os instrumentos jurídicos que acabámos de assistir a sua assinatura aqui vão de encontro a esta pretensão das autoridades angolanas e das autoridades cubanas de levantarmos a fasquia, no que diz respeito às relações de tipo económica entre os nossos dois países.
Nós dizemos aqui, publicamente, que aceito realizar dentro de dias a visita a Cuba, portanto correspondendo ao convite que o presidente Miguel Diaz Canel acaba de me fazer: de estar presente em Havana, para participar na cimeira do chamado “Grupo dos 77” que Cuba passa a presidir, a partir dessa data.
Sempre será uma oportunidade, dias depois de sair de Luanda, de continuarmos, portanto, a renovar, digamos, os votos de amizade e de cooperação bilateral entre Angola e Cuba.
Por seu lado o chefe de Estado cubano, Miguel Diaz Canel, também em declarações à imprensa colhidas pela Lusa, fez questão em frisar a importância de uma relação histórica e consanguínea ao longo dos tempos.
Filhos desta terra africana, filhos de Angola, foram arrancados da terra e do lugar que os viu nascer, e foram levados para trabalhar como escravos na América e, em particular, em Cuba.
No nosso povo reconhecemos que adquirimos e que constam do nosso carácter elementos dessa estirpe africana e angolana como a rebeldia, a aspiração pela justiça, pela liberdade e pela independência da qual nunca desistem.
Posteriormente tivemos a oportunidade de contribuir em prol da luta da independência de Angola.
Também quero destacar que nesta delegação constam dois elementos que estiveram em Angola durante o período da guerra: o nosso chefe da diplomacia e a primeira vice-ministra do comércio externo.