A crise é real, chegou a Madrid e tem um nome: Xabi Alonso

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Não há nada que dê mais gás a uma equipa que inicia uma nova era do que ganhar, e ganhar bem, o clássico contra o adversário direto e campeão. Mais: não há nada que dê mais gás do que andar sozinho na liderança da Liga e a seguir a esse duelo ainda chegar a mais uma goleada (com o Valencia). A complicada transição de um período com um dos melhores treinadores de sempre, Carlo Ancelotti, para um dos treinadores que se quer juntar ao lote dos melhores de sempre, Xabi Alonso, tinha nos resultados uma rampa de lançamento para chegar à ideia que o Real Madrid mais procurou desde que mudou: estabilidade. No entanto, e quase de forma paradoxal, foi aí que tudo começou a eclodir. Tanto que, um mês e meio depois, aquilo que se fala é de uma possível alteração técnica caso o próximo resultado não seja o melhor. Mas, afinal, o que mudou?

Basicamente, tudo. Basicamente, o que se viu na receção ao Celta de Vigo no Santiago Bernabéu, onde depois de três empates e uma vitória a equipa voltou a tremer e perdeu mesmo em casa com os galegos num jogo em que terminou com nove jogadores por expulsão de Fran Garcia e Álvaro Carreras (Endrick também viu no final o vermelho mas no banco) e quatro pontos de atraso para um Barcelona que ganhara antes em Sevilha ao Betis num encontro digno de… hóquei em patins (3-5). Uma hora ao lado de tudo e todos mais meia hora de apatia em desvantagem adensaram ainda mais o cenário de crise. De futebol, de identidade, de resultados. Em cinco rondas, “desapareceram” nove pontos do mapa e houve quebras em termos internos.

Um dos epicentros da crise será Vinícius Jr. e a reação explosiva que teve quando foi substituído no clássico com o Barcelona, tendo em conta que os responsáveis do clube optaram por não tomar qualquer medida após o sucedido e deixaram a gestão do caso nas mãos de Xabi Alonso. Como refere o El Mundo, essa posição foi algo que fragilizou o técnico, quebrando parte da autoridade que mostrara no arranque de temporada com 13 vitórias em 14 encontros. Porquê? A ideia que o antigo treinador do Bayer Leverkusen queria enraizar nos merengues, mais completa e moderna do que fazia Carlo Ancelotti, colocava demasiadas tarefas defensivas a alguns elementos como Bellingham ou Vinícius Jr., além de privilegiar os jovens jogadores em detrimento algumas vezes dos pesos pesados. A maioria do grupo estará pouco satisfeito com XabiAlonso, quase todo o grupo recorda com saudades a forma de liderar de Ancelotti, jogando mais ou menos minutos.

Os números também não ajudam. Nos cinco encontros anteriores da Liga dos Campeões, os jogadores do Real correram sempre menos do que os adversários e, com isso, a capacidade de superar equipas com blocos mais baixos foi perdendo força. As lesões também não. Alexander-Arnold, Carvajal, Mendy, Alaba, Huijsen e Camavinga já estavam de fora, Éder Militão também contraiu uma lesão com gravidade e aumentou todos os problemas no setor recuado. “Vai ser um grande jogo e uma boa oportunidade para progredirmos na Liga dos Campeões com mais pontos. A equipa está unida e convencida que vai ganhar. Se estou sozinho? Isto é uma equipa, vamos todos unidos. Quando se é treinador do Real, tem de se estar preparado para desfrutar destas situações com calma e responsabilidade. Estou ansioso por tudo o que está para vir”, dissera o técnico.

Era neste contexto que chegava a reedição do sexto duelo nos últimos sete anos entre as duas equipas, com triunfos repartidos entre três passagens do Real Madrid e duas do Manchester City. Agora, ainda a contar para a fase de grupos, voltou a cair para os ingleses. Entre assobios e mais um jogo em que só na primeira meia hora conseguiu ser melhor, o conjunto blanco adensou uma crise que parece ter vindo para ficar.

Algo tinha de mudar mas aquilo que se viu foi um Real Madrid a tentar partir o jogo em busca dos espaços para adiantar linhas e procurar o empate e um Manchester City a aproveitar esse avanço no campo para jogar como queria em velocidade sempre em busca do golo que permitisse fechar de vez com o encontro. Endrick ainda teve um cabeceamento à trave após cruzamento de Carreras (84′), Courtois evitou com quatro grandes intervenções mais golos dos ingleses e, entre assobios que se foram avolumando nos minutos finais, os merengues voltaram a perder quando não podiam – e com tudo o que isso pode agora trazer, entre as duas vitórias (e três derrotas) nos últimos oito jogos oficiais entre Liga espanhola e Champions.

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