Com o aumento de casos de transmissão local da covid-19, de 16 para 18, nas últimas 24 horas, a Comissão Multissectorial está a trabalhar para colocar uma cerca sanitária no bairro Hoji-Ya-Henda, município do Cazenga, assegurou hoje a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.
Sem especificar a data do início do aperto da cerca sanitária nessa zona da capital do país, a governante informou que ainda este domingo foram identificados mais 75 contactos directos do “caso 31” – um cidadão da Guiné-Conacri, que já infectou cinco pessoas no bairro Hoji-Ya-Henda.
A ministra, que falava em conferência de imprensa de actualização da pandemia no país, deu a conhecer que a maior parte dos infectados são estrangeiros que coabitavam com o “caso 31”, num bairro com forte presença de diferentes comunidades africanas.
A porta-voz da Comissão Interministerial para Resposta à Covid-19 referiu terem sido já tomadas todas as medidas de saúde pública, tendo-se colocado em quarentena institucional os cidadão que tiveram contactos directos com o referido “caso 31”.
O “caso 31” tem a ver com um cidadão guineense, de 36 anos de idade, comerciante e residente no bairro Hoji-Ya-Henda, que também partiu de Portugal para Angola, no voo DT-653, de 17 de Março de 2020, sem, no entanto, obedecer a quarentena domiciliar.
Além desse, também existe o “caso 26”, cuja referência já infectou 13 pessoas, sendo a maior parte membros da sua família.
Por causa desse caso, o distrito urbano do Futungo (município de Talatona) e o bairro Cassenda, distrito da Maianga, em Luanda, estão, desde terça-feira última, em “cerca sanitária extraordinária”, para conter a propagação da contaminação local do novo coronavírus (covid-19) nessas zonas.
O “caso 26” envolve um cidadão angolano, que veio de Portugal no dia 18 de Março e também não cumpriu com a quarentena domiciliar.
Angola regista 45 casos positivos confirmados dessa pandemia, dos quais 30 doentes activos (estáveis), 13 recuperados e duas mortes, apontando a estatística para a existência de 18 casos de transmissão local, sem o registo, até ao momento, de ocorrências nas comunidades.