A tragédia aconteceu no Calemba 2, distrito da cidade Universitária, em Talatona, no passado Sábado. Esposa e vizinhos dizem tratar-se de um acto involuntário e atribuem o sucedido a um suposto “azar do autor do crime”.
Na manhã de Sábado, 8, o pequeno Anacleto, de 4 anos, levantou-se da cama e, posto no quintal, pediu o mata-bicho à mãe, Janeth David, mas o pai, Alberto Beia, pediu nessa altura ao filho que fosse antes lavar os dentes. Minutos depois, Alberto notou que o filho brincava no quintal e não tinha lavado os dentes, tendo- o questionado por que razão desobedeceu à sua orientação, mas o pequeno remeteu-se ao silêncio, o que terá desagradado ao seu progenitor.
“Ele mandou a nossa filha de 2 anos dar uma chapada ao Anacleto e depois os dois começaram a lutar. Quando foi separá- los deu uma chapadinha ao mais velho, mas sem muita força, e o miúdo caiu e começou a convulsionar”, explicou Janeth David. Levaram-no ao centro de saúde mais próximo, mas a equipa médica orientou que fosse transferido para o Hospital Geral de Luanda (HGL). Contudo, faleceu pelo caminho. Janeth David, de 20 anos, “jura de pés juntos” que o seu esposo não repreendeu o filho com violência, realçando que sempre foi atencioso com os seus filhos.
“O que mais dói é que o filho alheio (o seu esposo) não bateu. Era o filho com o qual ia sempre à igreja e agora acontece esta tragédia”, lamenta a esposa. Os vizinhos, que dizem terem presenciado o acontecimento, deram o mesmo testemunho, alegando que tratou-se apenas de uma chapada correcional. Eles mostram-se descrentes ante o sucedido e atribuem a morte do pequeno Anacleto ao “azar do seu pai. Isso só pode ser mesmo azar da pessoa”, lamentam. Questionados se a criança padecia de alguma enfermidade, responderam negativamente e acrescentaram que a criança sempre se apresentou saudável. Entretanto, não chegaram a fazer qualquer exame laboratorial para confirmar se o garoto tinha ou não uma doença.
No kilamba, também tem se verificado alguns casos de violência doméstica e infantil, que muitas vezes não chega as autoridades, apelamos a sociedade e as pessoas que sofrem directamente este problema, que denunciem.