Angola nega morte de cidadãos da RDC

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Operação Transparência resulta no repatriamento de dezenas de milhar de imigrantes ilegais e confiscação de material envolvido no garimpo de diamantes

O governo angolano negou as acusações das autoridades de República Democrática do Congo (RDC) sobre supostas mortes de cidadãos daquele país como resultado da operação de combate à extração ilegal de diamantes que decorre em sete províncias angolanas.

De acordo com oficiais de emigração congoleses, dezenas de cidadãos daquele país teriam sido mortos este mês na fronteira com Angola em actos de repressão numa mina artesanal, acusação que as forças de segurança negam de forma categórica.

Citados pela imprensa internacional, mais de 20 congoleses repatriados à força terão denunciado recentemente alegados actos de violência e de pilhagem cometidos por forças de segurança angolanos particularmente na região diamantífera da Lucapa.

O porta-voz da operação denominada “Transparência”, comissário António Bernardo disse, entretanto à imprensa, ter ocorrido apenas uma morte por acidente de viação e uma outra em resultado de um tumulto entre cidadãos nacionais e um grupo congoleses que procuravam escapar do repatriamento forçado num dos bairros de cidade de Saurimo, Lunda-Sul.
O comissário António Bernardo anunciou a “saída voluntária” de Angola de 180.802 cidadãos da República Democrática do Congo (RDC), maioritariamente envolvidos na prática de garimpo de diamantes na província da Lunda Norte.

Segundo aquela patente da polícia angolana, durante a operação as forças envolvidas têm tomado todas as medidas visando a defesa e a protecção da vida humana.

Segundo o porta-voz da “Operação Transparência”, em curso há 15 dias , as autoridades apreenderam também 31.742 pedras de diamantes, avaliadas em 1.804 quilates, e encerrou mais de 120 casas de compra e venda, três delas pertencentes a angolanos.

Acrescentou que, neste período, foram ainda apreendidas mais de 100 viaturas, acima de 30 bicicletas, 165 motorizadas, 50 dragas, 28 equipamentos de lavagem de diamantes, mais de 100 motobombas, 36 botes pneumáticos rígidos e boias, mais de uma dezena de pás escavadoras, uma dezena de máquinas pesadas, uma dezena de máquinas niveladoras e mais de 30 jangadas.

Segundo a Polícia Angolana, outros 90 cidadãos oeste-africanos serão repatriados nos próximos dias, estando, nesse momento, em curso contactos diplomáticos para o efeito.
O activista dos Direitos na região do Cuango, Jordão Muakambiza, disse que não ser verdade a ocorrência de mortes de cidadãos estrangeiros mas defende que os estrangeiros devem ser repatriados com alguma dignidade.

Muakambiza disse entretanto que o encerramento de muitas minas e casas de venda de diamantes incluindo cooperativas de nacionais, já autorizadas, está a atirar para o desemprego muitos angolanos que trabalhavam com estrangeiros.

O activista cívico denunciou que muitos oficiais de Investigração Criminal (SIC) estão a aproveitar-se da operação para extorquir dinheiro tanto aos angolanos como aos estrangeiros.

O governo angolano considera que a “Operação Transparência”, tem como objectivo reorganizar o sector mineiro, para a atracção de investimento estrangeiro, de modo a criar estabilidade na economia angolana e fomentar emprego para os cidadãos.

Luanda afirma que que pretende também combater a imigração ilegal e a exploração ilícita de diamantes, empreitada que está programada para se concretizar, de forma faseada até 2020 nas províncias de Malanje, Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico, Bié, Cuando Cubango e Zaire.

A policia angolana avisou entretanto que não tolerará actos de xenofobia contra cidadãos da Republica Democrática do Congo, isso apos tumultos registados num mercado de Saurimo em que cidadãos angolanos atacaram comerciantes congoleses no mercado do Candembe

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