Produtos portugueses falsificados vão ser retirados de circulação

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Vários produtos portugueses estão incluídos numa lista que a Associação Angolana dos Direitos do Consumidor (AADIC) pediu para que fossem retirados de circulação ou verificada a proveniência, uma vez que detetou datas de fabrico e de caducidade aparentemente falsificadas.

A posição está expressa numa nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa, em que a AADIC exorta as autoridades a pronunciarem-se “o quão breve possível”, porque, adianta, “está em causa a vida de milhares de cidadãos que, em Luanda e não só, terão consumido esses produtos”.

Nesse sentido, a AADIC “exige” um pronunciamento do Ministério do Comércio angolano sobre a quantidade de bens alimentares comercializados e/ou apreendidos, entre laticínios, papas e bebidas energéticas, cujas datas de fabrico e caducidade estão supostamente falsificadas.

“Devem informar precisamente a sociedade em geral e os consumidores sobre quantos lotes foram comercializados, quantos foram apreendidos, onde exatamente possam estar e onde estavam a ser comercializados e os cuidados ou procedimentos que os consumidores devem ter”, defende a Associação.

Segundo a AADIC, as práticas de falsificação de datas de fabrico e de caducidade não se ficaram somente por Luanda, sendo extensiva a todo território angolano, pelo que a associação apelou aos consumidores a “absterem-se de consumir os produtos enquanto o Ministério do Comércio não se pronunciar”.

Entre os produtos englobados na lista da AADIC está a marca de leite portuguesa Mimosa, bem como outras como as papas Maizena e Nestlé, Cornflakes e flocos de aveia, os cereais Estrelitas, a bebida energética Redbull, o feijão Tio Lucas, o milho doce Condi, o óleo alimentar Cozinheiro Tempero, o ketchup Nhan Nhan, as manteigas Pastora, Puro Sabor e Soya, o sumo Bongo, os cogumelos Anna, o caldo de carne Maggi e as fraldas Pampers.

Nesse sentido, a AADIC apela também ao Ministério do Comércio angolano que explique quais os procedimentos que o consumidor deve seguir no caso de já ter consumido tais produtos ou se ainda deles dispuserem.

Na semana passada, a AADIC indicou ter apresentado uma queixa-crime junto da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola contra uma “rede criminosa” suspeita de falsificar datas de fabrico de bens alimentares, conforme noticiou a Lusa.

A suposta rede criminosa, adianta a Associação Angolana dos Direitos do Consumidor, integra cidadãos nacionais e estrangeiros que adulteram bens e produtos para as grandes superfícies comerciais.

Os alegados falsários, refere a AADIC, têm como preferência produtos ou bens com a designação “consumir de preferência antes de 24/01/2018 ou 08/2018”, datas mais fáceis de adulterar.

Após a falsificação, acrescenta o documento, os produtos são vendidos em todas as cantinas e pequenas lojas espalhadas pela cidade de Luanda e ainda em restaurantes e casas noturnas, uma prática classificada pela AADIC como “crime de envenenamento”.

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