Uma pesquisa efectuada em Luanda pelo o Jornal Metropolitano constatou que as principais lojas de comercialização de trabalhos discográficos que funcionam na cidade capital apresentam sinais de falência. Os motivos estão na escassez de divisas originada pela crise económica financeira que o país enfrenta, o que cria dificuldade aos investidores deste tipo de negócio em importar novas obras discográficas.
As discotecas Stromp, Valódia e o Bazar da LAC mantêm as portas abertas apesar das dificuldades que atravessam. a Stromp, uma das mais antigas casas de venda de CD em Luanda, acabou por ser a referência na venda de trabalhos discográficos de artistas nacionais, sendo os mais solicitados pelo público os músicos Yola Semdo, Kyaku Kyadaff, Paulo Flores e Lil Saint, cujos preços das vendas dos seus álbuns variam de 1.900 a 2.500 Kwanzas.
De acordo com as declarações do senhor Pelé Manuel prestadas ao referido jornal, a Stromp deixou de fazer a importação de discos, por este motivo tiveram de usar métodos criativos para atrair mais clientes, embora estejam à beira de fechar as portas. “A publicidade continua a ser a principal arma do negócio, o problema é que muitas vezes funciona e outras não. Os temas mais tocados nos estilos Kizomba, Semba, Zouk e Afro House são os que mais vendem e neste momento nada e novo temos,” explicou.
Uma funcionária do Bazar da LAC, cujo nome não foi mencionado, destacou que em relação à maioria dos cantores angolanos, o número de álbuns vendidos variam muito. Por exemplo, um dia podem ser vendidos dois ou três discos, outras vezes são vendidos muitos mais.
Já António Francisco, coleccionador de álbuns há mais de 18 anos, sobretudo de estilo Kizomba, lamenta a fraca comercialização de obras discográficas no mercado nacional, e fez saber que esta situação já existe há quatro anos, o que o faz ter dificuldades de manter o seu arquivo musical actualizado. O fã incondicional, que tem nos seus arquivos a colecção completa de Yola Semedo, esclareceu: “Sempre que a Yola Semedo anuncia o lançamento de um novo disco, faço das tripas o coração para estar presente nas sessões de vendas e assinaturas de autógrafos. É por isso que tenho todos os álbuns dela autografados”.