Pelo menos 10,5 porcento das mulheres trabalhadoras de sexo das províncias de Luanda, Benguela, Cabinda, Cunene e Bié vivem com Vih/Sida.
Estes dados foram referenciados hoje, terça-feira, em Luanda, pelo secretário de Estado da saúde, José Manuel Vieira Dias da Cunha, na abertura do workshop “Apresentação da Estratégia Nacional de Prevenção, Cuidados e Tratamento das ITS/VIH-SIDA para Populações Chaves e Vulneráveis em Angola, 2018-2022”.
Segundo o responsável, 2,6 por cento deste grupo vivem com sífilis activa, de acordo com dados do Inquérito Integrados comportamentais e Biológicos (IBBS) .
Os resultados preliminares do inquérito mostram uma prevalência de 7,8 por cento entre as trabalhadoras do sexo e de 2,4 por cento entre os homens que fazem sexo com homens.
Para reverter o quadro, salientou, o plano nacional estratégico para VIH/Sida 2015/2018 inclui metas de identificação e o alcance de populações chave, testagem, aconselhamento e encaminhamento, apoio à adesão ao tratamento através de promotoras da vida positiva.
Acrescentou que são complementados com serviços de apoio psico-social às sobreviventes de violência baseada no género, abordagens de empoderamento com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Fundo Global.
Por seu turno, a directora do Instituto Nacional de Luta contra a Sida, Maria Lúcia Furtado, disse que o estudo vai se expandir as demais províncias para se ter um quadro geral da epidemia nestes grupos chave.
Ressaltou que foram apenas cinco províncias onde as pessoas se mostraram dispostas a colaborar na realização do estudo de grupos chave, (pessoas que devido a comportamentos específicos de elevado risco estão numa situação de maior vulnerabilidade).
O encontro decorre no Hotel Trópico e é uma realização do Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional da Luta contra o VIH/SIDA (INLS), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Participam do encontro representantes ministeriais, parlamentares, entidades tradicionais e religiosas e membros das organizações da sociedade civil, bem como representantes das populações chaves e vulneráveis