O anúncio da morte de Hage Geingob chegou pela rede social X (antigo Twitter): “É com grande tristeza e pesar que informo que o nosso amado Hage Geingob, presidente da República da Namíbia, faleceu”, declarou numa publicação o novo chefe de Estado interino, Nangolo Mbumba, até ao momento vice-presidente do país.
Hage Geingob nasceu em 1941, no norte do país, e desde tenra idade que traçou um caminho de militante anti-apartheid, numa época em que a África do Sul governava o território namibiano.
Esteve exilado 27 anos no vizinho Botswana e depois nos Estados Unidos, onde nunca deixou de lutar pela independência da Namíbia. Representou o movimento de libertação Swapo, actual partido no poder, no continente americano e nas Nações Unidas.
Em 1989, aos 48 anos, regressou à Namíbia em vésperas da independência. Tornou-se primeiro-ministro, cargo que ocupou durante 15 anos. Em 2014, foi eleito presidente.
Apesar de um primeiro mandato marcado por uma recessão e alegações de corrupção, foi reeleito em 2019. Ano em que, documentos divulgados pelo WikiLeaks, sugeriram que autoridades governamentais haviam recebido subornos de uma empresa islandesa em troca de recursos pesqueiros.
Este seria o seu último ano enquanto presidente, antes das eleições gerais previstas para o final de 2024.
As primeiras notícias dos problemas oncológicos de Hage Geingob surgiram há apenas duas semanas, altura em que o cancro teria sido descoberto durante exames médicos de rotina. A morte do presidente foi, portanto, um choque e uma surpresa, apesar de o presidente de 82 anos já ter enfrentado problemas de saúde, incluindo uma operação ao cérebro em 2013 e outra à aorta em 2023.
Entretanto, o vice-presidente Nangolo Mbumba assume interinamente a chefia do Estado. Tomou posse este domingo à tarde e nomeou imediatamente a sua substituta na vice-presidência, Netumbo Nandi-Ndaitwah, de 71 anos.
Netumbo Nandi-Ndaitwah é a candidata à presidência do partido no poder, Swapo, e ocupava o cargo de ministra das Relações Internacionais.
